Costa: "Não faz sentido Estado gerir aeroportos e trajeto de autocarros" - TVI

Costa: "Não faz sentido Estado gerir aeroportos e trajeto de autocarros"

  • 22 set 2017, 20:51
António Costa

Secretário-geral do PS defendeu que essa gestão deve ser da competência dos municípios

António Costa, enquanto secretário-geral do PS, defende que os municípios devem gerir os transportes públicos da sua área por não fazer “o menor sentido que o Estado se disperse” na gestão de aeroportos e do trajeto de autocarros.

Se há área onde a descentralização é óbvia, é nesta área do planeamento e da gestão dos transportes públicos: não faz o menor sentido que o Estado se disperse entre a gestão das grandes infraestruturas que nos inserem nas redes globais de internacionalização – como as ferrovias internacionais, os portos ou os aeroportos – e, simultaneamente, estar a discutir qual é o traçado de cada carreira em cada município”.

Falando no Cais do Sodré, em Lisboa, após a assinatura de um compromisso para a mobilidade pelos autarcas e candidatos do PS a 17 câmaras da área metropolitana, António Costa vincou que, “obviamente, essa deve ser uma competência local”, de forma a servir “melhor os territórios e melhor as populações”.

Não é por acaso que, desde que municipalizámos os STCP [transportes coletivos do Porto], os STCP ganharam só no primeiro semestre 7% de aumento dos seus passageiros. Não é por acaso que desde que a Carris foi devolvida ao município de Lisboa temos mais 100 mil crianças por mês a serem transportadas na Carris e mais 300 mil idosos".

O também primeiro-ministro atribuiu tais mudanças a alterações no tarifário feitas “à medida da cidade”, cita a Lusa.

Segundo António Costa, o compromisso assinado visa “mais e melhor transporte público”, tendo também impactos a nível global, nacional e para as famílias.

No âmbito global, permitirá enfrentar “um dos maiores desafios” das últimas décadas, o das alterações climáticas, enquanto no âmbito nacional, possibilitará reduzir a dependência do exterior em combustíveis fósseis e dar um “enorme impulso à economia” pelo recurso a empresas portuguesas. No que toca à população, “é essencial para a melhoria dos rendimentos das famílias”.

O documento, ao qual a agência Lusa teve acesso, estipula como metas para o próximo mandato autárquico o desenvolvimento de uma política de transportes que privilegia o transporte público e as energias limpas, o alargamento do tarifário intermodal, a contratualização do serviço público até 2019 de todas as redes concessionadas a privados, a aposta em grandes investimentos (como a modernização da linha de Cascais e a criação de faixas BUS na A5) e ainda a dotação de meios para a área metropolitana para gerir a bilhética.

Presente na ocasião, o presidente da Câmara de Lisboa e candidato ao município, Fernando Medina, salientou que os transportes públicos são “uma prioridade fundamental para a modernização da área metropolitana de Lisboa”.

“Creio que, em nenhum município da área metropolitana, os partidos concorrentes à nossa direita poderão fazer campanha com um prospeto como este porque, quando esses partidos tiveram responsabilidades sobre o transporte público, tivemos uma deterioração sem precedentes”, criticou.

Além do candidato a Lisboa, assinaram o documento os candidatos do PS aos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira. As eleições estão marcadas para 1 de outubro.

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