«Tempo político de Vítor Gaspar terminou» - TVI

«Tempo político de Vítor Gaspar terminou»

Carlos Abreu Amorim

Social-democrata Carlos Abreu Amorim considera que o ministro das Finanças «já cumpriu a sua missão»

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Carlos Abreu Amorim defende que «o tempo político de Vítor Gaspar terminou» e que o Governo deve ponderar a sua substituição.

«Vítor Gaspar restabeleceu a confiança dos mercados e teve sucesso nas suas políticas de voltar a inserir Portugal nos mercados financeiros mas, neste momento, eu julgo que o país precisa de uma nova etapa neste combate tremendo à crise económica financeira e social em que estamos e que o tempo político de Vítor Gaspar terminou», afirmou à Lusa Carlos Abreu Amorim, à margem do início da apresentação dos candidatos do PSD às juntas de freguesia de Gaia.

Para Carlos Abreu Amorim, que se candidata à câmara de Gaia pelo PSD, «é preciso pedir o regresso da política, é preciso que os problemas sejam tratados através de uma perceção dos anseios e necessidades das pessoas e isso é muito mais vasto do que a visão tecnocrática afunilada com que muitos dos problemas do país têm vindo a ser tratados até agora».

O deputado disse deixar a substituição do ministro das Finanças «à consideração de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas», lembrando que, «neste momento, o país precisa de uma nova etapa» e «que os seus problemas [sejam] enfrentados com outra determinação e (...) eventualmente com um outro ministro».

«Porque, na minha opinião, e na opinião de muitos portugueses, (...) o tempo político de Vítor Gaspar terminou», reiterou Abreu Amorim.

O vice da bancada parlamentar do PSD lembrou ainda que «as pessoas que confiaram e continuam a confiar em Pedro Passos Coelho e Paulo Portas exigem, neste momento, que esses dois líderes políticos tratem dos problemas do país como problemas políticos e não exclusivamente como problemas orçamentais e financeiros».

Abreu Amorim salientou por fim que «Vítor Gaspar não é, de modo algum, a pessoa indicada para dar esperança a Portugal e aos portugueses».

«Já cumpriu a sua missão, estamos-lhe agradecidos por isso mas, neste momento, é preciso virarmos a página e passarmos para uma nova etapa», sublinhou.

Questionado sobre a existência de problemas no interior da coligação PSD/CDS, o deputado respondeu que «quer Pedro Passos Coelho quer Paulo Portas são grandes políticos e são homens com uma enorme capacidade de resolver problemas», acreditando que os problemas «serão certamente ultrapassados».

O deputado aproveitou ainda para criticar as «declarações profundamente infelizes do senhor secretário de Estado» da administração pública, Hélder Rosalino, sobre a aplicação de cortes retroativos nas pensões do Estado.

«São declarações de quem não tem perceção nenhuma do contexto político e social [atual] nem do impacto que vão ter. O papel do político não é aterrorizar as pessoas», afirmou o deputado, segundo o qual «nenhum membro do governo» deve lançar hipóteses que não estejam «devidamente estudadas» e que até podem «nem se vir a concretizar».
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