Banca: PS critica Banco de Portugal por não ter agido "atempadamente" - TVI

Banca: PS critica Banco de Portugal por não ter agido "atempadamente"

  • CM
  • 4 mar 2017, 19:10
António Costa

Carlos César aponta também o dedo ao líder da oposição, Passos Coelho, que diz estar desorientado no que respeita à polémica das offshore

O presidente do PS considerou, neste sábado, que o Banco de Portugal não agiu “atempadamente” nem foi “suficientemente atento” ao sistema financeiro e afirmou que é necessário manter o “impulso” do Governo na reestruturação do sistema financeiro.

O Banco de Portugal não agiu bem, atempadamente e de forma suficientemente atenta e proficiente nos casos que ocorreram e que tiveram tristes consequências no setor financeiro, quer para os contribuintes em geral, quer para aqueles que tinham relações diretas com essas instituições bancárias”, afirmou Carlos César, à margem da reunião da Comissão Nacional do Partido Socialista (PS), que está a decorrer esta tarde na cidade do Porto.

Questionado sobre a manutenção do governador do Banco de Portugal no cargo, Carlos César afirmou que o “importante” para o PS era que se continuasse com o “impulso do Governo na reestruturação” do setor financeiro.

O nosso desejo é que as nossas instituições bancárias possam rapidamente recuperar dos prejuízos que tiveram, da desorganização que ponderou em todo o setor, nas questões do crédito malparado, que a seu tempo também terão uma análise europeia - aliás, o próximo Ecofin será justamente sobre essa matéria - e que também que recuperem os seus rácios que são necessários para que a banca esteja numa situação mais solidificada”, argumentou.

Carlos César afirmou que a situação da banca atualmente em Portugal é “bem melhor” do que a que encontraram quando o PS entrou para o governo.

Estimamos que dentro de um ano, possamos repetir isso de novo em relação à situação em que hoje nos encontramos”, concluiu.

Offshore: "desorientação" de Passos

Carlos César apontou a “desorientação” do líder da oposição, Pedro Passos Coelho, por “criticar” o seu próprio governo sobre as transferências para offshore (paraísos ficais).

É uma situação, no mínimo, peculiar, mas que reflete a desorientação de uma oposição que é muito expedita a criticar, mas muito pouco competente a propor e a fazer com que o país tenha um contributo que lhe também cabia dar para a governação e para o bom sucesso da nossa economia.”

O presidente do PSD e ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu hoje, na Trofa, que "a experiência" que veio a público sobre a não publicação das estatísticas das transferências entre 2011 e 2014 para paraísos fiscais "tem que ver com uma decisão infeliz e errada".

Para Carlos César, o país não pode contar com esta oposição.

Não podemos contar com a oposição tal como a temos. Ainda hoje vimos o líder da oposição numa situação no mínimo peculiar. Já tinha insultado o primeiro-ministro [António Costa], já tinha desconsiderado o presidente da Assembleia da República [Ferro Rodrigues], já tinha criticado o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], e hoje critica o seu próprio governo com observações contundentes em relação ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e ao Ministério das Finanças que ele próprio tutelava como primeiro-ministro.”

A situação é “muito estranha, mas nós já não estranhamos nada da parte do líder da oposição”, acrescentou Carlos César, afirmando que Portugal precisava de uma “oposição mais construtiva” e “mais forte”.

“Com esta oposição é o país que sai desprestigiado, sobretudo a política e os políticos”, insistiu.

 

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