CGD: direita espera que pedido do PS para ouvir governador não seja "manobra de distração" - TVI

CGD: direita espera que pedido do PS para ouvir governador não seja "manobra de distração"

João Almeida (Lusa)

Partido Socialista pediu uma audição parlamentar urgente de Carlos Costa para obter esclarecimentos sobre a Caixa Geral de Depósitos

O PSD disse, nesta quarta-feira, esperar que o PS, que pediu uma audição urgente do governador do Banco de Portugal, não esteja a impedir o funcionamento de instrumentos como uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.

Esperamos que o PS não comece a usar artimanhas tácitas para tentar impedir o funcionamento de instrumentos e controlo democrático, como é a comissão de inquérito", disse à agência Lusa o deputado social-democrata António Leitão Amaro.

Para o PSD, destacou, "só o esclarecimento e a transparência de uma comissão de inquérito pode fazer estabelecer a confiança” nas instituições.

O PS pediu na terça-feira uma audição parlamentar urgente do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, para obter esclarecimentos sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Relativamente ao pedido do PS, Leitão Amaro disse ainda não conhecer o teor do texto socialista, referindo apenas que, “em geral, o PSD tem por hábito a abertura ao esclarecimento e à transparência”.

No entanto, sublinhou que espera que o PS não “leve a cabo ações e práticas que desrespeitem os instrumentos democráticos parlamentares”, como a comissão parlamentar de inquérito pedida pelo PSD.

Já o deputado do CDS João Almeida considerou que o pedido do PS para ouvir o governador do Banco de Portugal sobre a CGD “é uma manobra para tentar distrair os portugueses do que é essencial”.

O porta-voz do CDS e vice-presidente do Grupo Parlamentar disse que o partido não se opõe a audições na comissão de inquérito e “muito menos de responsáveis de identidades públicas” com relevância.

Não nos oporemos, mas sabemos que isto são apenas manobras para tentar distrair a atenção do que é essencial: que é a comissão de inquérito e o apuramento de tudo o que se passou na Caixa [Geral de Depósitos] num período longo”, sublinhou, em declarações à agência Lusa.

O deputado salientou a importância de um esclarecimento do que se passou na CGD e como os contribuintes portugueses são chamados a pagar “uma fatura tão grande” na recapitalização.

O CDS não se opõe, mas (…) estranhamos este pedido numa altura em que o processo de recapitalização está a ser conduzido pelo Governo nas costas do Parlamento. Lembro que a líder do CDS já questionou o primeiro-ministro em debates quinzenais sobre a matéria”, disse.

De acordo com João Almeida, o Governo “não dá informação nenhuma” sobre este processo e “está a negociar com Bruxelas completamente ao arrepio” daquilo que é a fiscalização do parlamento.

Depois, o PS tem urgência em ouvir o BdP e não tem qualquer critério de responsabilidade numa altura em que o processo está a ser conduzido pelo Governo e que naturalmente deve dar conhecimento aos portugueses, porque o dinheiro da capitalização é dinheiro dos impostos dos portugueses”, concluiu.

Em 2012, o Estado injetou 750 milhões de euros diretamente em ações na Caixa Geral de Depósitos e ainda 900 milhões em instrumentos de capital contingente, dívida pela qual o banco público paga juros anuais.

Para o PS, é necessário Carlos Costa explicar as razões pelas quais quatro anos depois de ter sido feito um “levantamento exaustivo da situação” do banco e das necessidades de capital, se perceber que o “problema do setor financeiro português não está resolvido e que a Caixa “tenha necessidade de capital”.

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