Zorrinho: «Ter um bom Orçamento de Estado não depende do PS»

O líder parlamentar do PS salientou, nesta quinta-feira, que, nas atuais circunstâncias, cabe ao Governo preparar o terreno do Orçamento do Estado em 2013 e defendeu que os socialistas já estão a dar sugestões sobre matérias orçamentais.

Carlos Zorrinho falava no final da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de questionado se os socialistas estão já a preparar o terreno para um voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013, face às posições assumidas no debate sobre o Estado da Nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.

Durante esse debate, por várias vezes, o secretário-geral do PS, António José Seguro, disse que, perante o comportamento e a carga ideológica das políticas do Governo, os consensos estão cada vez mais difíceis e que em Portugal existem neste momento «dois caminhos distintos» para alcançar as metas constantes no memorando de assistência financeiras.

Questionado se o PS está a preparar o voto contra o próximo Orçamento, Carlos Zorrinho deu a seguinte resposta: «Quem tem de preparar o terreno é o Governo.»

«O PS está a dar boas sugestões para termos um bom Orçamento do Estado. Nas atuais circunstâncias, ter um bom Orçamento do Estado depende do Governo e não do PS», declarou o líder da bancada socialista.

De acordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PS, o debate sobre o Estado da Nação «mostrou um Governo desorientado, sem rumo, que considera banalidade a resolução dos problemas do emprego e do crescimento, entendendo, pelo contrário, que a asfixia fiscal, os despedimentos fáceis e o empobrecimento são prioridades».

«Estamos perante um Governo desorientado que pede desesperadamente ideias para enfrentar as dificuldades. Desde que assume o seu papel de oposição responsável, o PS não tem feito outra coisa que não seja fazer propostas e dar ideias ao Governo», sustentou o líder da bancada socialista.

Nesse contexto, Carlos Zorrinho referiu que António José Seguro propôs que já em agosto, nas negociações com a troika, seja criada uma linha de recapitalização destinada a empresas em situação de asfixia de tesouraria, de menos três mil milhões de euros, a partir de verbas que estão disponíveis no programa de assistência económica e financeira.

«O PS propôs ainda ao Governo, a quem compete trabalhar na elaboração do Orçamento do Estado para 2013, que inclua uma agenda para o crescimento e emprego», acrescentou o presidente da bancada socialista.