Bloco lembra que "Governo é obrigado a negociar", mas Costa alega "que faltam passos" de aproximação - TVI

Bloco lembra que "Governo é obrigado a negociar", mas Costa alega "que faltam passos" de aproximação

A coordenadora bloquista acusou o Governo de "intransigência" nas negociações e fez questão de fazer mais um novo reparo: "o Governo sabe bem que é minoritário e está obrigado a negociar". Disse ainda que se o primeiro-ministro não tiver o orçamento aprovado “é porque não quer”

Catarina Martins, no debate de apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, relembrou António Costa do acordo feito em 2015 e do qual tem "orgulho" no caminho feito, mas "não ficou completo". 

Quando em 2015 assinámos um acordo de legislatura, tínhamos um ponto de partida claro: virar a página da estratégia de empobrecimento seguida por PSD e CDS."

A coordenadora bloquista acusou o Governo de "intransigência" nas negociações e fez questão de fazer mais um novo reparo: "o Governo sabe bem que é minoritário e está obrigado a negociar". Disse ainda que se o primeiro-ministro não tiver o orçamento aprovado “é porque não quer”.

Listou algumas das propostas feitas pelo Bloco e que não têm sido aceites, dizendo que "não vale a pena chamar aproximação à recusa" e que o Governo decidiu “substituir a negociação pelo ultimato”.

No entanto, para Catarina Martins, “ir para eleições é a escolha errada”.

A bloquista referiu ainda que as medidas aplicadas à crise dos combustíveis "é o exemplo do complicar para não resolver".

Costa: "Demos sempre passos no sentido do Bloco de Esquerda"

Na resposta a Catarina Martins, António Costa começou por dizer que o orçamento tem "um aumento histórico de pensões, um aumento que viabiliza o maior aumento de sempre no salário mínimo nacional, que tem um aumento geral de todos os vencimentos da função pública, que mantém as carreiras descongeladas pelo quinto ano consecutivo e que no âmbito do SNS não só dota mais 700 milhões de euros, como reforça estruturalmente um conjunto de problemas"

Sobre as alterações na legislação do trabalho, o primeiro-ministro relembrou que essas medidas têm de ser votadas na Assembleia da República e lançou uma pergunta.

Se a senhora deputada está contra as nossas propostas em matéria de legislação laboral, porque é que não se reserva para votar contra quando vier aqui à Assembleia da República a proposta da legislação laboral e que votar contra o orçamento do estado?", contrapôs.

António Costa referiu que têm sido dados "passos no sentido do Bloco de Esquerda", apesar destes os considerarem insuficientes, mas o Bloco "não deu um único passo que fosse na direção do Governo". 

A proposta do Governo para o Orçamento do Estado vai ser votada nesta quarta-feira na generalidade. Proposta essa que se encontra pendurada por um fio, depois do Bloco de Esquerda, PCP e PEV terem anunciado votos contra, juntando-se, assim, a toda a direita.

Se o documento for chumbado, o Presidente da República já fez saber que dissolve o Parlamento. 

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