Catarina Martins explica "leque salarial" e recusa "sangria" no BE - TVI

Catarina Martins explica "leque salarial" e recusa "sangria" no BE

Ideia é minimizar a diferença entre os salários mais baixos e mais altos de uma empresa, sem esquecer que cada setor tem as suas particularidades, explica Catarina Martins em entrevista na TVI24. Quanto às eleições, tom de prudência sem antecipar resultados

O Bloco de Esquerda propõe a criação de um "leque salarial" em Portugal. Não é um teto em si mesmo, segundo a coordenadora do BE. Em entrevista na TVI24, Catarina Martins explicou o que se pretende com a medida. Em relação às legislativas do outono, não quis antecipar cenários caso o seu partido continue a descer nas urnas, tendo recusado, ainda, uma "sangria" de saídas do seu partido.  

"Não queremos colocar um teto, gostamos de salários altos se forem para toda a gente. Não gostamos é de privilégios. O que é diferente pode ser diferente", começou por explicar, em relação à proposta do leque salarial, dando conta de que em Portugal a diferença entre quem ganha menos e quem ganha mais é de 32 vezes e na Alemanha de apenas 10, por exemplo.

"Há pessoas que num mês ganham o que ganha uma pessoa num ano inteiro. Não há nada que o possa justificar. Os leques salariais fazem com que a diferença de salários dentro de uma empres tenha uma baliza"


A proposta está em cima da mesa e o tema "deve ser debatido", até porque os setores têm as suas particularidades, defendeu.

O BE quer, com isto, travar situações em que, com o dinheiro que os gestores ganham descapitalizam as suas empresas e, depois, elas vão à falência, deixando pessoas no desempregos.

Os leques salariais permitem, por isso, na ótica do BE, "às empresas gerirem melhor, que a gestão seja mais implicada na sobrevivência da empresa e no rendimento de toda a gente que dá valor à empresa", ao mesmo tempo que dá uma noção de maior justiça no seio da organização. 


Eleições e o futuro do BE


Quanto à queda do Bloco nas urnas (teve 9,8% das preferências dos eleitores em 2009 e 5,1% em 2011), Catarina Martins recusa antecipar cenários e diz que "as pessoas querem o BE na AR com força", porque é um partido "determinante para que se fale a verdade" e que "não compactua com a promiscuidade entre o poder político e económico".

Sobre se teme um resultado perigoso nas eleições deste ano, a resposta sem prognósticos: "Na noite das eleições ver-se-á. O resultado não se mede pelo reusltado de um só partido mas pela AR que vamos ter dois objetivos muito grandes: derrotar a direita e ser alternativa forte contra austeridade no Parlamento". 

Recusou, ao mesmo tempo, que haja uma sangria de dirigentes, como o caso de Ana Drago ou Rui Tavares, agora dirigentes do Livre/Tempo de Avançar. 

"Lamento profundamente que a Ana esteja num processo... enfim. Veremos... Dê-e um exemplo e eu posso dar o exempo da Mariana Mortágua e o trabalho que tem feito na AR ou do Pedro Filipe Soares"

A Grécia e a situação na Europa marcaram grande parte da entrevista conduzida por Paulo Magalhães, no Especial24, com Catarina Martins a dizer que Portugal tem de estar preparado para sair do euro, se quiser obedecer "ao senhor Schauble", a quem teceu uma série de críticas e culpou pela "perigosíssima deriva autoritária" que a UE está a conhecer. 
 
Continue a ler esta notícia