CGD: PSD "tem um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito" - TVI

CGD: PSD "tem um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito"

  • PP
  • 15 jul 2017, 14:18

Acusação é da coordenadora do Bloco de Esquerda que questionou ainda a vontade da Altice em comprar a TVI enquanto despede na PT

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusou hoje o PSD de ter um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmando que, por isso, quer alargar os prazos.

Catarina Martins falava no decorrer de uma visita à feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, respondendo à acusação dos social-democratas de que os bloquistas querem fechar rapidamente a comissão de inquérito.

Há duas comissões de inquérito sobre a CGD, as duas propostas pelo PSD, cujos prazos foram propostos pelo PSD, que quis alargar os prazos e eles foram alargados, e chegamos ao fim de sessão legislativa e achamos que o PSD quer continuar a alargar os prazos porque tem um problema com o relatório de uma das comissões de inquérito", disse.

Trata-se "daquele relatório que pode e deve mostrar que o PSD escondeu problemas da Caixa e com isso tornou a solução dos problemas muito mais cara para quem aqui vive, para quem paga impostos, para quem faz e trabalha no país todos os dias", afirmou a coordenadora do BE.

E prosseguiu: "E como o PSD está muito incomodado com as conclusões do inquérito que vão demonstrar como ativamente o PSD escondeu problemas e, ao fazê-lo, aumentou a fatura que os portugueses pagaram sobre a banca, está a tentar encontrar mais um adiamento de prazos", acusou.

Tenho a certeza de que ninguém nos perdoava se estivéssemos sistematicamente a adiar prazos e nunca mais fôssemos capazes de dizer ao país o que as comissões de inquérito apuraram sobre o que aconteceu na Caixa Geral de Depósitos", concluiu Catarina Martins.

BE questiona vontade de empresa comprar TVI enquanto despede na PT

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, questionou ainda as condições financeiras da Altice para comprar a TVI ao mesmo tempo que quer despedir mais de três mil trabalhadores da PT.

Catarina Martins, que falava durante uma visita à feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, afirmou que "um país que se leva a sério não pode permitir que isto esteja a acontecer".

Considerando que por causa deste tema o país "está a viver uma situação muito particular", lembrou que o negócio, que envolve 440 milhões de euros, "está a ser avaliado pelos reguladores".

É um negócio "que faz uma concentração de uma empresa de comunicações com a TDT, com uma distribuição de canais por cabo e com uma empresa de media que tem um canal de televisão, rádios e produção de conteúdos. Há aqui, portanto, um fenómeno de concentração que acho que merece toda a atenção e que terá toda a atenção", disse.

Há uma pergunta que é preciso colocar em Portugal: se a Altice está em condições financeiras para anunciar um dos maiores negócios de sempre, como é que está a despedir mais de três mil trabalhadores na PT?", perguntou a responsável bloquista.

"Lembro que os despedimentos coletivos estão sujeitos a autorização do Ministério do Trabalho. Um despedimento coletivo é algo que pesa imenso a cada trabalhador e é uma injustiça para quem dedicou a sua vida e o seu trabalho à empresa, mas é também um enorme custo social para o país e para a Segurança Social", acrescentou Catarina Martins.

Perante a posição do Governo de não autorizar as demissões na PT, Catarina Martins entende que o que a Altice "está a tentar fazer é um despedimento coletivo utilizando outros estratagemas".

"Está a passar trabalhadores para outras empresas, sendo que algumas são do próprio Grupo Altice, para depois os despedir ou baixar salários. Ou seja, é uma situação, no mínimo, nas margens da legalidade”, afirmou a coordenadora do BE.

O que nós dizemos é que o mesmo Governo, e bem, que recusa o despedimento de mais de três mil trabalhadores, não pode ficar a assistir a este despedimento ser feito utilizando outros estratagemas sendo que é possível, legalmente, pará-lo", alertou.

Para a coordenadora bloquista, "há que travar já os despedimentos que a Altice quer fazer" e "Portugal não pode ser a lei da selva na legislação laboral".

Prometendo iniciativas legislativas para os próximos dias sobre o tema, Catarina Martins assegurou que o BE "está concentrado nos despedimentos da PT" e lembrou que o regulador "ainda tem uma palavra a dizer".

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