“Trabalhámos afincadamente numa convergência o mais ampla possível que garanta estabilidade à vida das pessoas e permita uma solução de governo para a legislatura. E foi possível.”
E nisto vincou os compromissos previstos na aliança à esquerda, como a recuperação de rendimentos, a reposição de pensões, o alivio fiscal e a cobrança de impostos “a quem nunca pagou e tem sempre ganho nestes anos”.
A bloquista sublinhou que a nova relação de forças na Assembleia da República "corresponde ao desejo de mudança e à esperança no país e na democracia". Uma mudança que não é fruto de "jogos aritméticos" nem de "voluntarismo das bancadas parlamentares", frisou. Neste sentido, rejeitou a ideia de que uma frente de esquerda é um ataque à democracia. Pelo contrário, preferiu falar num "resgate" da própria democracia.
Catarina Martins atacou a direita num discurso carregado de ironia, do "choque" da coligação perante a falta de apoio de outros partidos para governar às "pancadinhas nas costas dos mercados e de Berlim". E até se dirigiu a Paulo Portas em particular: "Nunca se viu um Paulo Portas tão cavaquista como no dia em que perdeu o poder", atirou."O que a direita lê hoje como ataque à democracia é de facto o resgate à própria democracia."
Por fim, rematou o discurso com a mesma ideia que usou para iniciar a intervenção: "A democracia é todos os dias e é agora"."PSD e CDS estão em choque e acham que as outras forças politicas devem apoiá-los contra os compromissos dessas forças políticas. Querem que quem concorreu contra o seu Governo que agora suporte o seu Governo, porque se convenceu que nenhum resultado eleitoral pode alterar alguma coisa."