O que se passa no Brasil é um “golpe de Estado do século XXI” - TVI

O que se passa no Brasil é um “golpe de Estado do século XXI”

Catarina Martins diz que é grave "um poder judicial com órgãos de comunicação social a agir fora do Estado de direito", mas por outro lado, reforçou que "tentar fugir à justiça e àquilo que deve ser a investigação e a transparência da vida pública também não é resposta"

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, classificou hoje como "golpe de Estado do século XXI" os acontecimentos que marcam a atualidade do Brasil.

"O que está acontecer no Brasil é de uma importância histórica, deve ser observado e é de uma gravidade extrema, porque se é verdade que há um problema de corrupção no Brasil, não deixa de ser menos verdade que o que está em causa, o que está em curso, é um golpe de Estado do século XXI", afirmou a bloquista aos jornalistas, à margem de uma sessão de esclarecimentos em Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Catarina Martins qualificou ainda de grave "um poder judicial com órgãos de comunicação social que está a agir fora do Estado de direito".

Por outro lado, reforçou que "tentar fugir à justiça e àquilo que deve ser a investigação e a transparência da vida pública também não é resposta"

Em causa estão os acontecimentos que se seguiram à investigação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato, relativa a um esquema de corrupção que envolve várias empresas, incluindo a gigante petrolífera estatal Petrobras.

Paralelamente, a atual chefe de Estado brasileira, Dilma Rousseff, enfrenta um processo de destituição e multiplicam-se os protestos contra e a favor do Governo um pouco por todo o país.

BE assume renegociação da dívida pública como “máxima importância”

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, assumiu também que a renegociação da dívida pública "é um assunto da máxima importância" para o partido e que vai trabalhar no assunto com grupos de trabalho.

"A renegociação da dívida pública é, para o Bloco de Esquerda, um assunto da máxima importância para que o país tenha os recursos que precisa para investir e para criar emprego", afirmou.

A bloquista, que está hoje na ilha de São Miguel para duas sessões públicas que visam abordar o tema "O que quer o Bloco para os Açores?", garantiu que o partido vai começar a trabalhar na renegociação da dívida já na próxima semana com grupos de trabalho para o efeito.

"É um assunto que nós sabíamos que não seria abordado neste Orçamento do Estado, mas que sobre o qual nós vamos começar a trabalhar a partir da próxima semana. Começamos com grupos de trabalho em várias áreas, nas áreas centrais com o Governo do Partido Socialista e grupos de trabalho sobre” questões do emprego, do combate à pobreza e sobre o direito à habitação, exemplificou.

Catarina Martins sublinhou a importância de estudar o assunto, defendendo a ideia de que "quando um problema é grande não se deve varrê-lo para debaixo do tapete”, mas antes “é preciso estudá-lo, é preciso conhecê-lo e ter propostas técnicas".

Para a porta-voz do BE, a renegociação da dívida pública é uma prioridade à semelhança do emprego, referindo sobre este último ser preciso "constituir os direitos do trabalho que a ‘troika’ destruiu e que não têm impacto orçamental, mas que têm um impacto tremendo na dignidade de quem vive do seu trabalho em Portugal".

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