«PS não pode ser contra a austeridade só metade dos dias da semana» - TVI

«PS não pode ser contra a austeridade só metade dos dias da semana»

Debate quinzenal de 19 de março de 2014 (LUSA)

Bloco de Esquerda quer ver «clarificado» o caminho que os socialistas defendem

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins instou o PS a «clarificar» a sua posição sobre uma eventual reposição de rendimentos dos portugueses, após declarações do conselheiro económico socialista Óscar Gaspar.

«Julgamos que o PS tem de clarificar qual a sua posição. Não pode ser contra a austeridade metade dos dias da semana e pela austeridade a outra metade dos dias da semana», declarou Catarina Martins em Lisboa à margem de um encontro promovido pelo grupo parlamentar da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, onde o Bloco se insere.

A coordenadora e deputada do Bloco lembrou que os «cortes de salários e pensões foram apresentados como transitórios», alertando que as eleições europeias de maio «são um momento para os portugueses julgarem a alternativa» às propostas da maioria de direita e do PS.

«Já sabemos que o Governo mentiu e quer transformar em permanentes os cortes que eram transitórios. Quer também o PS apoiar a mentira de Pedro Passos Coelho e tornar permanentes os cortes que foram sempre anunciados como sendo transitórios?», interrogou Catarina Martins.

A bloquista diz que o Governo está «cada vez mais isolado» em defesa da sua «estratégia falhada» para o país, um «atentado a quem trabalha e trabalhou toda uma vida».

«Nas eleições europeias vamos debater como é que achamos que o nosso país pode sair da crise. E aí vão estar em confronto duas ideias: quem acha que a austeridade, a receita que tanto penalizou o país e que fez disparar a dívida pública, é a resposta, ou quem acha que é preciso uma alternativa real», advogou Catarina Martins.

Também a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições de maio, Marisa Matias, disse que a política de austeridade seguida na Europa e em Portugal «é incompatível com crescimento e emprego».

«O ciclo vicioso da austeridade o que traz é recessão, a recessão traz desemprego, o desemprego traz desequilíbrio das contas públicas e volta-se ao início: austeridade», advertiu a eurodeputada e novamente candidata ao Parlamento Europeu.

A bloquista falava em Lisboa à margem de um encontro promovido pelo grupo parlamentar da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, onde o Bloco se insere.

Marisa Matias reiterou o combate do Bloco contra o Tratado Orçamental europeu, cujas metas, diz, «garantem uma austeridade para mais 30, 35 anos» em Portugal.

«O país pode aguentar mais 30 anos disto? Não aguenta. Ou melhor, pode aguentar mas já não vai haver país. É isso que está em causa», sublinhou.
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