TAP: BE diz que o pior que pode acontecer é o Estado pagar e ficar sem a companhia - TVI

TAP: BE diz que o pior que pode acontecer é o Estado pagar e ficar sem a companhia

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  • 9 dez 2020, 14:16

Catarina Martins defendeu que Portugal "não pode abdicar de um instrumento de soberania como é a TAP"

A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta terça-feira que tornar a TAP mais pequena pode ser "um erro extraordinário", considerando que o pior que podia acontecer era o Estado investir na companhia e no fim ficar sem ela.

O pior de tudo seria andarmos a pagar para termos a TAP e no fim ficarmos sem ela. Sim, seguramente que teremos de investir na TAP para podermos ter uma companhia aérea no futuro", defendeu Catarina Martins, acrescentando que a posição portuguesa reve reger-se tendo em conta a ponderação entre o investimento a fazer e a dimensão da companhia de que o país precisa.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião com a Associação de Comerciantes do Porto, Catarina Martins defendeu que Portugal "não pode abdicar de um instrumento de soberania como é a TAP" e que "não deve ceder à pressão europeia para limpar a TAP com muito dinheiro público, ao mesmo tempo que despede muita gente", para depois "ser uma companhia barata e pequenina para uma qualquer Lufthansa poder assumi-la".

Para o Bloco de Esquerda, que se reúne esta tarde com o Governo para discutir o plano de reestruturação, no parlamento, o documento deve assegurar "uma TAP com capacidade" para responder às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e garantir a coesão territorial do país.

Não vale cortar tanto na TAP por causa da crise, que quando a crise passar, o país precise de uma TAP e não a tenha. (...) Tornar a TAP pequena de mais pode ser um erro extraordinário para o nosso país", defendeu.

Para Catarina Martins, "Portugal tem de lutar por uma TAP que cumpra o seu papel" e que "responda à população e ao país".

Questionada sobre se o país corre o risco de ver a TAP transformar-se num Novo Banco, a bloquista sublinhou que a instituição em causa não é do Estado português, considerando que foi vendida a "um fundo abutre".

O que é preciso é ter uma estratégia para uma reestruturação da TAP que mantenha com capacidade, que mantenha uma companhia aérea de bandeira, exatamente para não ser um Novo Banco. Novo Banco é gastar muito dinheiro para depois entregar a alguém que o Estado português não controla", rematou.

O Governo esteve reunido em Conselho de Ministros extraordinário na noite de terça-feira, para apreciar o plano de reestruturação da TAP, que será entregue à Comissão Europeia no dia 10, último dia do prazo.

O plano prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine e 750 trabalhadores de terra, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, divulgaram os sindicatos que os representam.

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