Cavaco deixa manifestantes «satisfeitos» - TVI

Cavaco deixa manifestantes «satisfeitos»

Cavaco Silva

Presidente era «esperado», em Mirandela, pelo movimento contra a retirada de utentes dos laboratórios convencionados

O Presidente da República, Cavaco Silva, deixou este sábado satisfeitos os representantes do movimento contra a retirada de utentes dos laboratórios convencionados, embora não tenha parado junto dos manifestantes que o aguardavam hoje, em Mirandela.

Cavaco Silva passou de carro junto à manifestação de algumas dezenas de pessoas vestidas de preto e recebeu aplausos, mas seguiu para o Centro Renal de Mirandela, alguns metros abaixo dos manifestantes, que ficaram confinados a um espaço gradeado junto à estrada.

Dois representantes do movimento conseguiram entregar um manifesto, mas ao Chefe da Casa Civil e a uma consultora para os assuntos da saúde do Presidente da República.

Ainda assim, os dois representantes acabaram por cruzar-se e trocar breves palavras com Cavaco Silva, no Centro Renal de Mirandela.

«O senhor presidente mostrou-se sensível e disse que tinha conhecimento das nossas preocupações», disse depois aos jornalistas Roberto Costas, do movimento constituído por trabalhadores dos laboratórios de análises clínicas convencionados no Nordeste Transmontano.

«Fomos muito bem recebidos», insistiu aquele elemento, afirmando que o que estão a tentar fazer «é sensibilizar as pessoas para esta dificuldade que está a ser vivida neste distrito (de Bragança)».

As dificuldades, segundo disse, resultam do que consideram «medidas cegas da Unidade Local de saúde (ULS) Nordeste que está a por em risco os postos de trabalho» destas empresas.

Desde o início da semana que a ULS determinou o uso interno de uma requisição que obriga os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a realizar análises exclusivamente nos hospitais desta unidade que gere os três hospitais e 15 centros de saúde do Nordeste Transmontano.

São medidas «em cima do joelho sem qualquer estudo que fundamente esta decisão», defendeu Roberto Costas alegando também que «prejudicam os utentes».

«Estão a por em causa o seu direito à escolha de um serviço de saúde, na medida em que estão a ser obrigados a ir realizar esse serviço nas unidades da ULS, nos hospitais», declarou.

O presidente da República cumpre hoje o segundo dia de visita a Trás-os-Montes, que começou com a inauguração do remodelado e ampliado Centro Paroquial e Social do Romeu, que serve cerca de 150 utentes idosos e refeições às crianças do primeiro ciclo.

Passou também pela fábrica da alheira Tópiteu, já na cidade de Mirandela, uma unidade que exporta para vários países, dando emprego a quase 40 pessoas, e que detêm um volume de negócios anual de dois milhões de euros.

Segundo o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, «a alheira vale mais de 500 postos de trabalho e vale mais do que isso: é nosso património».

Cavaco Silva permanece em Mirandela, onde discursará antes de almoço e segue depois para o concelho vizinho de Alijó, já no Distrito de Vila Real.
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