Em dez anos de mandato, Cavaco vê a luta contra o Estatuto dos Açores como a mais simbólica que teve: lutou contra todos, mas diz que tinha razão, disse em entrevista ao Público. Sobre Costa, fala muito pouco, sobre Passos apenas reconhece o seu "esforço" para manter o seu Governo de pé. O próximo livro ainda não tem data.
De resto, o livro que Cavaco Silva escreveu sobre o primeiro mandato como Presidente da República foi o ponto de partida para esta conversa com o Público.
O antigo governante começa por deixar clara a grande diferença entre o seu estilo de governação e o do atual presidente.
Sem nunca referir o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, cavaco afirma que a distância que manteve dos orgãos de comunicação social foi fundamental. E acrescenta ainda que a "fibra de um presidente da república" só se vê quando é incompreendido.
Já sobre José Sócrates, numa altura em que o ex-primeiro ministro voltou a ser interrogado e confrontado com a venda da Portugal Telecom cavaco refere que: "Não detetei qualquer comportamento que violasse as normas".
José Sócrates foi sempre "correto" a informar o Presidente sobre as negociações da PT, acrescenta. E acha "absurdo" pensar-se se o MP poderá chamá-lo [a ele Cavaco] a testemunhar.
Na mesma entrevista assume ainda que o maior erro que cometeu em 10 anos de governação foi: "Quando indiquei o eng. Sócrates para a formação do XVIII Governo Constitucional e que depois não cometi quando indiquei o dr. António Costa: devia ter sido eu a dizer que o encarregava de fazer diligências políticas para me apresentar um Governo consistente e duradouro".