Cavaco elogia militares portugueses - TVI

Cavaco elogia militares portugueses

Presidente da República frisa que a capacidade das Forças Armadas não pode ser reduzida

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O Presidente da República fez o seu primeiro discurso do dia 10 de Junho dirigido aos militares portugueses, elogiando a sua acção em vários cenários internacionais.

«Nos tempos que correm, a segurança e a afirmação de um Estado não podem ser prosseguidas de forma isolada. Exigem, no quadro das alianças internacionais, uma aposta crescente na segurança cooperativa e na diversificação das dependências, mas não dispensa a valorização dos recursos, capacidades e competências que lhe são próprios», começou.

Sócrates vaiado em Faro

Por isso, para Cavaco Silva, «devemos valorizar o potencial do país em várias vertentes, incluindo a militar». «A redução da capacidade das Forças Armadas coincide com o aumento das vulnerabilidades nacionais e o enfraquecimento da voz de Portugal como Estado soberano e independente», avisou.

A preservação das Forças Armadas é, segundo o chefe de Estado, «do superior interesse da Nação».



O Presidente da República assinalou a forma como as Forças Armadas continuam a cumprir as suas missões com competência e dedicação, mesmo numa «conjuntura difícil e exigente», tendo sempre conseguido alcançar elevada credibilidade e prestígio.

Cavaco Silva lembrou, a propósito, alguns dos teatros onde as Forças Armadas têm operado, nomeadamente no Afeganistão, numa «missão que comporta riscos significativos», nos mares da Somália, no Líbano e na região dos Balcãs.

A cooperação técnico-militar realizada desde os anos 90 com os países africanos de língua oficial portuguesa e com Timor-Leste foi, igualmente, destacada pelo chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, que lembrou os mais de cinco mil quadros militares dos países de língua portuguesa formados em Portugal nos últimos 20 anos.

Contudo, acrescentou Cavaco Silva, «as Forças Armadas não esgotam as suas capacidades em missões internacionais» e estendem-se a sua acção «às ameaças e os riscos que possam afectar a segurança dos portugueses, no exterior e no interior das nossas fronteiras» e ao apoio às populações.

Por exemplo, em Fevereiro, na altura do temporal na Madeira, «foram inexcedíveis a disponibilidade e a prontidão da resposta que os militares deram às solicitações que lhes foram apresentadas». «Nas horas mais difíceis, os portugueses sabem que podem contar com as Forças Armadas», frisou.

Na sua intervenção, o Presidente da República deixou ainda uma nota à criação do Comando Conjunto das Forças Armadas, que está agora em implementação, fazendo votos para que conduza «à necessária agilização de procedimentos e a maior eficácia no seu emprego conjunto».

«A excelência do ensino e da formação dos quadros das Forças Armadas, compreendendo uma sólida formação ética e comportamental, é uma prioridade a que a implementação da reforma do Ensino Superior Militar deverá permitir dar uma resposta adequada», defendeu.

Por outro lado, continuou, a reforma da Saúde Militar «é uma exigência da qualidade dos cuidados de saúde prestados aos utentes e da manutenção de uma capacidade ajustada às necessidades operacionais de emprego e projecção de forças».

Cavaco Silva falou ainda dos antigos combatentes, considerando que o seu exemplo de vida deve «ser fonte de inspiração e de motivação».

«Militares, exorto o vosso patriotismo, esclarecido e voluntário, para que continuem dispostos a lutar por Portugal, cumprindo as missões que vos são atribuídas como o têm feito até agora: com elevado sentido do dever, com profunda devoção e com a maior honra», disse.
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