Caso BES: Jerónimo diz que o Presidente está numa «posição defensiva» - TVI

Caso BES: Jerónimo diz que o Presidente está numa «posição defensiva»

BES «não é um caso isolado»

Secretário-geral do PCP fala em cautela por parte de Cavaco Silva

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou-se esta segunda-feira convicto de que as últimas declarações de Cavaco Silva sobre o caso BES podem significar que o Presidente da República se está a colocar numa posição defensiva.

«Eu creio que é uma posição defensiva, cautelosa, tendo em conta a dúvida legítima, que hoje muitos portugueses têm, e agora, pelo que descobrimos, até o Presidente da República, em relação ao processo de avaliação e caracterização que o Governo e o Banco de Portugal fizeram de um banco sólido, que não precisava de qualquer ajuda», disse.

«E, de repente tudo se desmoronou, numa demonstração de que essa informação e que essas afirmações não correspondiam à realidade, tendo em conta o buraco que se descobriu posteriormente», acrescentou o líder comunista.

Durante uma visita à Festa das Vindimas, em Palmela, Jerónimo Sousa comentou as declarações do Presidente da República sobre o caso BES no passado domingo, em que o chefe de estado dizia esperar que o Governo lhe comunicasse os «factos relevantes» logo que tivesse conhecimento deles, manifestando ainda o desejo de que isso tivesse acontecido em relação ao caso BES.

«O Presidente da República não tem ministérios, não tem serviços de execução de políticas, não tem serviços de fiscalização ou de investigação e, portanto, recebe toda a informação das entidades oficiais», disse em Arganil, o chefe de Estado.

Para Jerónimo de Sousa, as declarações do Presidente da República adensam ainda mais as dúvidas dos portugueses e evidenciam a necessidade de se avançar com o inquérito parlamentar proposto pelo PCP.

«Quando o próprio Presidente da República coloca dúvidas. É porque as coisas tendem, com certeza, a ficar mais complicadas. E é por isso que valorizamos muito o nosso inquérito parlamentar, ao BES e ao Grupo GES, na medida em que podemos estar apenas perante a ponta do iceberg. Já lá vão 4,5 mil milhões de euros de fundos públicos e a nossa inquietação é que isto possa não ficar por aqui», concluiu.
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