CDS: Pires de Lima espera «propostas» para substituir alteração da TSU - TVI

CDS: Pires de Lima espera «propostas» para substituir alteração da TSU

órgãos do partido estarão reunidos este sábado

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O presidente da mesa do conselho nacional do CDS-PP, Pires de Lima, defendeu que o partido deve, este sábado, chegar a «propostas» que evitem alterações à TSU.

«Há algum espaço temporal para compreender a natureza de tudo o foi apresentado, a situação real da consolidação orçamental e, em função disso, trabalhar numa proposta de Orçamento para 2013 que penalize o menos possível as famílias, apesar de alguns sacrifícios serem necessários», sustentou Pires de Lima à Agência Lusa.

O CDS-PP reúne este sábado no Porto os seus órgãos nacionais, a comissão política de manhã e o conselho nacional à tarde, para discutir as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.

A reunião do conselho nacional do CDS deve produzir «ideias e propostas» que possam ser usadas na «reflexão e debate interno entre os dois partidos, para que possam governar e manter base de apoio sólido», apontou Pires de Lima.

O gestor e presidente do conselho nacional do CDS pensa que até à data de apresentação do Orçamento, a 15 de outubro, o «bom senso vai prevalecer» e que medidas como a redução da TSU para as empresas, suportada pelo aumento das contribuições dos trabalhadores para a segurança social, podem ser evitadas.

«O próprio ministro das Finanças, quando na terça-feira explicou de forma muito detalhada a captação de investimento e de criação de emprego criadas com esta medida, acabou por a transformar numa medida quase impossível de justificar», argumentou Pires de Lima.

A «modelação» anunciada pelo primeiro-ministro não convence igualmente o gestor e presidente do conselho nacional do CDS-PP, que considera a medida «difícil de sustentar ou de ser melhorada».

«O que eu apelaria ao senhor primeiro-ministro é que reponderasse, como já fez no ano passado, e atendendo à incapacidade de demonstrar a eficácia da medida e a todo o efeito social que provoca, o de poder implicar alguma rutura social, e que a substituíssemos por outra», declarou.

Na reunião deste sábado, Pires de Lima quer ser esclarecido nomeadamente sobre «o ponto de partida em termos de défice sem medidas extraordinárias», ou seja, «perceber qual é o valor real do défice e qual o sucesso do processo de consolidação orçamental».

«Até agora, tínhamos vivido na ideia, pelas intervenções do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, que a consolidação orçamental estava a correr muito bem e o que máximo de desvio era uma diferença de um por cento. Agora ouvimos o primeiro-ministro e o ministro das Finanças falar em 6 ou 6,5 por cento», afirmou.

«Se o défice for realmente 6,5, é razoável pedir aos trabalhadores do setor privado que sacrifiquem um salário e que isso não seja usado para o processo de consolidação orçamental?», questionou, ilustrando o que considera ser a ineficácia da medida relativa à TSU.

Para Pires de Lima, «não está em causa de forma alguma a coesão do Governo» e «não se coloca» a possibilidade de o CDS abandonar Executivo.

Questionado sobre a eventualidade de o CDS-PP passar a apoiar o Executivo apenas com base num acordo de incidência parlamentar, que foi avançada pelo jornal «Público» na sexta-feira, Pires de Lima respondeu não querer «especular sobre essas matérias», porque não lhe «interessa laborar em erros ou cenários que possam prejudicar», mas sim, insistir em «propostas».

«Não me preocupa nada aquilo que tem vindo a público de diferenças de sensibilidade entre o PSD e o CDS, são diferença saudáveis», afirmou.
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