CDS questiona Governo sobre eventuais despedimentos na Autoeuropa - TVI

CDS questiona Governo sobre eventuais despedimentos na Autoeuropa

Nuno Magalhães

Fábrica de automóveis em Palmela vai reduzir período laboral de dois para apenas um turno a partir de setembro

Deputados do CDS-PP questionaram esta sexta-feira o ministro da Economia sobre eventuais despedimentos na Autoeuropa, na sequência da queda da produção diária de veículos.

“Dada a importância estratégica da Autoeuropa para o país, esta situação está a ser devidamente acompanhada pelo Governo nomeadamente pelo Ministério da Economia? Confirma que poderão estar em risco 300 postos de trabalho naquela que é a segunda maior exportadora em Portugal", lê-se nas perguntas dirigidas a Manuel Caldeira Cabral pelos deputados centristas Nuno Magalhães (eleito por Setúbal), Hélder Amaral e Pedro Mota Soares (deputados do CDS-PP na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas), a que a Lusa teve acesso.

Na base da iniciativa dos deputados do CDS-PP estão, de acordo com fonte daquele grupo parlamentar, “várias notícias vindas a público, que citam representantes de trabalhadores, referindo que o Parque Industrial da Autoeuropa está em risco de perder 300 postos de trabalho devido à queda da produção diária de carros de 460 para 315 unidades”.

Salientando que “a Autoeuropa representa 1% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional, emprega 3.580 trabalhadores e exporta 99,2% da sua produção”, sendo “a segunda maior exportadora em Portugal” e “o maior investimento estrangeiro até hoje feito em Portugal”, os centristas dizem ter sido sugerido pelos representantes da unidade “que se realize uma reunião conjunta entre responsáveis da empresa, representantes dos trabalhadores e organizações governamentais, por forma a encontrar soluções para o problema que não impliquem ‘lançar trabalhadores no desemprego’”.

A 5 de julho, a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa admitiu que cerca de 300 trabalhadores estão em risco de perder o emprego devido à quebra de produção naquela fábrica, que se deverá prolongar até meados de 2017.

"De acordo com o levantamento efetuado pelas Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT), as empresas do Parque Industrial poderão vir a despedir, pelo menos, 300 trabalhadores", disse Daniel Bernardino, da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, à Lusa, na altura.

A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, vai reduzir o período laboral de dois para apenas um turno a partir de setembro, mas a empresa conseguiu encontrar soluções, incluindo planos de formação, que permitem evitar despedimentos até ao início de produção do novo modelo atribuído à fábrica de Palmela.

Uma realidade distinta do que poderá vir a acontecer nas outras 13 empresas do parque industrial, com cerca de 1.600 trabalhadores, que, de acordo com as estimativas anunciadas pela Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, admitem eliminar, pelo menos temporariamente, cerca de 300 postos de trabalho.

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