O presidente do CDS-PP afirmou esta segunda-feira que o partido votará a favor da manutenção do estado de emergência enquanto este for “estritamente necessário” para controlar a pandemia, mas desde que acompanhado por um maior planeamento do Governo.
No final de uma reunião com a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre as declarações do Presidente da República, que considerou muito provável que o estado de emergência se prolongue até maio, enquanto ainda houver atividades encerradas, porque legitima as restrições.
O CDS-PP tem tido uma votação responsável na votação dos estados de emergência. Enquanto for estritamente necessário para controlar a pandemia adotar medidas a que só o estado de emergência pode dar respaldo jurídico, é óbvio que o CDS-PP votará favoravelmente”, afirmou.
No entanto, o líder democrata-cristão alertou que tal terá de ser acompanhado por um maior planeamento do Governo em áreas como a testagem, vacinação ou rastreamento, de forma a dar “alguma tranquilidade” a empresas e famílias.
Se o Governo continuar a cometer erros do passado e andar em avanços e recuos, isso mina a confiança e levará a que haja ‘fura-confinamentos’, até porque as pessoas estão desesperadas e têm contas para pagar”, afirmou, alertando para os números do desemprego, que aumentou 36,8% em fevereiro em termos homólogos e 1,8% face a janeiro, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Para o líder do CDS-PP, “se se notar uma progressividade no alívio das medidas, os portugueses compreenderão e terão a capacidade de perceber” que o país está a ir “no bom caminho”, defendendo que o Governo tem de garantir “uma vacinação sem erros e rápida e uma testagem massificada” nos setores que vão abrindo, como as escolas.
O Governo tem de garantir a vacinação do pessoal docente e não docente e uma testagem em massa para que as escolas não constituam focos de insegurança”, afirmou, salientando que a abertura dos estabelecimentos escolares implica um fluxo de movimento de dois milhões de pessoas.
Por outro lado, o líder do CDS-PP reiterou a importância de os apoios económicos chegarem mais rapidamente à economia e ao setor do turismo, “parado há um ano”.
O pior que pode acontecer é as pessoas serem proibidas de trabalhar e depois não terem a justa compensação”, disse.
Rodrigues dos Santos voltou a criticar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo por “desviar uma fatia de leão” para o setor público.
No caso do turismo, é flagrante: no PRR aparece cinco vezes a palavra turismo contra 57 vezes a palavra administração pública”, afirmou, considerando que “a visão socialista de atirar dinheiro para cima dos problemas até pode ajudar o PS a ganhar a próxima eleição, mas está a atrasar o país”.
O líder do CDS-PP defendeu ainda a necessidade de se criarem “regras uniformizadas” em toda a Europa para a circulação de passageiros.
Mais do que saber quais as medidas concretas - se são necessários dois testes negativos ou um passaporte imunitário - o que me parece importante é que as regras sejam fixadas, sejam transparentes e uniformes, para que haja concorrência em pé de igualdade”, apontou.
No final da reunião, o presidente da CTP, Francisco Calheiros, disse esperar que, a partir do final de abril/início de maio, a situação pandémica esteja “mais normalizada” em Portugal e que os principais clientes do mercado português possam proporcionar ao turismo “um verão melhor do que o do ano passado”.