Cristas retarda inquérito a Tancos até ouvir chefe do Exército - TVI

Cristas retarda inquérito a Tancos até ouvir chefe do Exército

  • 30 jul 2018, 20:59
Assunção Cristas

Presidente do CDS-PP justificou atraso na decisão, mas diz que não desistirá de esclarecer o roubo de armas nos paióis militares. E até o foi dizer ao Presidente da República

A líder do CDS-PP fez questão de dizer ao Presidente da República que o partido não desistirá do esclarecimento do roubo de armas de Tancos e admitiu vir a propor uma comissão parlamentar de inquérito ao caso.

No final de uma audiência com o Presidente da República sobre o ano político e as perspetivas para o Orçamento do Estado de 2019, Assunção Cristas, garantiu que o partido decidirá sobre o inquérito depois das audições previstas para terça-feira, no parlamento, entre as quais a do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

Disse ao senhor Presidente da República que o CDS não deixará morrer este assunto sem ser esclarecido tudo o que se passou”, afirmou, após a conversa de quase uma hora com Marcelo Rebelo de Sousa, que é também o Comandante Supremo das Forças Armadas.

Na véspera da audição, na Comissão de Defesa Nacional, no parlamento, de Rovisco Duarte e das secretárias-gerais da Segurança Interna, Helena Fazenda, e do Sistema de Informações da República Portuguesa, Graça Mira Gomes, a líder democrata-cristã disse fazer depender uma decisão do que acontecer na terça-feira.

Reservamos essa decisão para depois das audições, depois de perceber em que há medida há mais esclarecimentos ou não” a pedir aos responsáveis pelo caso do roubo, acontecido há um ano, afirmou.

Para Cristas, a “questão de Tancos está longe de estar encerrada” e o partido admite usar “todos os instrumentos parlamentares”, incluindo a comissão de inquérito.

O CDS-PP justificou este atraso na decisão com o facto de estar ainda “uma investigação judicial em curso”, acrescentou.

A audição no parlamento ao general Rovisco Duarte, pedida pelo CDS-PP, e às secretárias-gerais do Sistema de Segurança Interna e do Sistema de Informações da República, requeridas pelo PS, tinham sido aprovadas no passado dia 17, todas com caráter de urgência.

As iniciativas foram apresentadas na sequência de uma notícia da edição do Expresso de 14 de julho, referindo que há mais material militar em falta entre aquele que foi recuperado pela Polícia Judiciária Militar, na região da Chamusca, depois do furto de material de guerra dos paióis nacionais de Tancos, em junho de 2017.

Citando partes de acórdãos do Ministério Público relativos à investigação judicial ao furto de Tancos, o jornal noticiou que além das munições de 9mm, há mais material em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte.

Esse material em falta representa, segundo a mesma exposição do Ministério Público, “um perigo para a segurança interna”.

No requerimento a solicitar a presença de Rovisco Duarte no parlamento, o CDS-PP sublinhou que as “informações tornadas públicas” pelo semanário Expresso “contrariam as afirmações prestadas” pelo general em outubro de 2017 relativamente à recuperação do material militar furtado na base de Tancos.

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