“Este governo é o autor do maior desinvestimento de que temos memória” - TVI

“Este governo é o autor do maior desinvestimento de que temos memória”

  • AM
  • 14 nov 2017, 13:55
Assunção Cristas

Assunção Cristas sublinhou que o atual governo, "das esquerdas unidas", vem realizando, nos últimos dois anos, "o contrário do que vinham apregoando quando estavam na oposição"

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou que o atual governo é o autor do maior desinvestimento público de que tem memória, apontando-o como um dos responsáveis pela desaceleração da economia nacional.

O investimento é ainda um parente pobre, quanto ao investimento público, nós já sabemos que este governo é o autor do maior desinvestimento de que nós temos memória. Nem no tempo difícil da Troika se investiu tão pouco, o Estado investiu tão pouco", referiu.

No final de uma visita à Barragem de Fagilde, Assunção Cristas sublinhou que o atual governo, "das esquerdas unidas", vem realizando, nos últimos dois anos, "o contrário do que vinham apregoando quando estavam na oposição".

Também o investimento privado, que tem dado algum fôlego à economia, precisa de estímulos e de ser fomentado", sustentou.

No seu entender, o Orçamento de Estado não contempla medidas de estímulo e apoio às empresas, de forma a que sintam que vale a pena investir em Portugal.

Desde logo com o abandono da reforma do IRC, mas também com um conjunto de medidas que poderiam de deveriam ser adotadas e que não estão lá", acrescentou.

Aos jornalistas, a líder centrista recordou que o seu partido entregou "um vasto conjunto de medidas" para o apoio ao investimento.

O que nós precisamos é que a economia acelere. Esperamos que o governo seja capaz de ainda corrigir e emendar a mão neste Orçamento de Estado e considerar relevante o investimento, quer privado, quer público, onde é necessário", apontou.

Em termos de investimento público, Assunção Cristas considera que é importante olhar para a questão da seca, da educação, mas também da saúde, uma área onde diz sentir-se "uma degradação dos serviços prestados aos utentes".

Não será por acaso que infelizmente já temos uma quinta vítima de ‘legionella’. E, esse também é um assunto que é preciso esclarecer e perceber o que falhou, se foi o investimento, se foi a fiscalização, mas é certamente um dos sinais de que algo está a correr muito mal no nosso país", concluiu.

Governo "acordou tarde" para a seca

A presidente do CDS-PP considerou ainda que o governo "acordou tarde" para o problema da seca que se faz sentir em várias regiões do país, lembrando que já em abril tinha sinalizado esta questão.

Creio que o governo acordou tarde nesta matéria. A primeira vez que publicamente sinalizei que o governo já estava atrasado foi em abril", sustentou.

No final de uma visita à Barragem de Fagilde, no distrito de Viseu, que tem atualmente menos de 10% de água, Assunção Cristas sublinhou que o problema da seca começou a sentir-se junto dos agricultores e de quem tinha produção animal.

Essa foi a primeira das áreas onde se sentiu a seca, mas isso depois passou para outras áreas, por isso, o governo acordou tarde nesta matéria, até porque a seca já vinha de trás", acrescentou.

De acordo com a líder do CDS-PP, esta não é a única matéria em que o governo está atrasado.

Tem andado muito tarde quando não preparou a chamada época de fogos, logo preventivamente, quando se avizinhava um tempo tão quente e tão seco e vimos o que vimos em Pedrogão. Tarde quando não preparou, já no outono - porque o dia 15 de outubro foi o pior de todos - de ter os meios prontos", apontou.

Sobre esta matéria, a presidente centrista aludiu ao facto de ter questionado o primeiro-ministro, António Costa, sobre a possibilidade de ser criada uma unidade de missão para a reconstrução das regiões afetadas pelos incêndios.

A resposta foi um pouco ao lado, de que já existia uma unidade de valorização do interior e, por isso, o CDS-PP já requereu a audição, no Parlamento, do responsável por esta unidade sedeada em Pedrogão e que, aparentemente tem responsabilidade por esta região, embora nós ainda não tenhamos tido oportunidade de ver nada efetivo a acontecer no terreno, por parte dessa entidade", destacou.

Assunção Cristas disse ainda não ter dúvidas de que a seca vai ser um tema que terá de fazer o país refletir, quer do ponto de vista do planeamento, quer dos apoios financeiros.

"Deve-se ir já pensando nos próximos fundos comunitários, tendo em conta esta área como uma área muito importante para a utilização dessas verbas", concluiu.

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