Nuno Melo é contra o adiamento do congresso do CDS e fala em "tentativa de golpe de estado institucional" - TVI

Nuno Melo é contra o adiamento do congresso do CDS e fala em "tentativa de golpe de estado institucional"

O candidato à liderança do CDS-PP acusou 'Chicão' de ter medo de ir a votos internamente e, por isso mesmo, agarrou-se à "única tábua de salvação", dizendo ainda que esta decisão é uma questão de "sobrevivência pessoal"

O candidato à liderança do CDS-PP Nuno Melo anunciou, esta quinta-feira, ser contra o adiamento do 29.º Congresso e acusou Francisco Rodrigues dos Santos de "tentativa de golpe de estado institucional".

Até em 1975 debaixo de fogo o CDS realizou o seu congresso e não é agora chegados a 2021 que vamos desapropriar os militantes da capacidade de decidirem o seu futuro", disse em declarações jornalistas, depois da reunião da Comissão Política Nacional.

Nuno Melo recordou que o CDS-PP foi um partido "fundador da democracia" e que aquilo que o atual líder está a fazer é uma "tentativa de golpe de estado institucional" que pretende "denunciar e repudiar vivamente". 

Quem tem medo de ir a votos dentro, dificilmente terá capacidade para ir buscar votos fora", afirmou sob fortes aplausos dos seus apoiantes. 

O eurodeputado alegou que o 'Chicão' percebeu que não iria vencer no próximo congresso e, por isso mesmo, agarrou-se à "única tábua de salvação", dizendo ainda que esta decisão é uma questão de "sobrevivência pessoal". 

Esta decisão é uma decisão de sobrevivência pessoal, de quem percebeu que provavelmente perderá esse congresso, quando antes dizia que nos arrasaria por 70/30, é uma decisão disso mesmo, de sobrevivência, de quem tem medo de ir a votos e tendo medo de ir a votos, agarra-se à única tábua de salvação."

A carta que Nuno Melo entregou na Comissão Política Nacional, e da qual a TVI teve acesso, é assinada por vários nomes de peso, como Rui Barreto, Pedro Mota Soares, Isabel Galriça Neto, Nuno Magalhães. 

A suspensão do ato eleitoral do próximo domingo e do congresso previsto nos dias 27 e 28 de novembro representam uma suspensão da democracia interna e, desse ponto de vista, um verdadeiro golpe de estado no partido, do qual resultará um Presidente e uma Direção sem legitimidade interna e sem credibilidade no país. Solicitamos-lhe por isso que reveja a sua posição, mantendo as eleições do próximo domingo e o congresso dos dias 27 e 28 de novembro, sob pena de não o fazendo, passar a ser o único responsável por todas as consequências políticas e jurídicas, bem como pela justa indignação que tal decisão gerará", lê-se no documento. 

Nuno Melo abandonou a Comissão Política Nacional antes desta terminar, por volta das 00:30.

A TVI avançou que Francisco Rodrigues dos Santos e Rui Rio iam encontrar-se sexta-feira, às 15:30, no Hotel Melia, em Aveiro, com o propósito de fazerem uma análise da situação de crise política que o país enfrenta. No entanto, esta sexta-feira, o PSD indicou que esta reunião foi adiada e que "a nova data será comunicada oportunamente".

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