«O ministro diz que os agricultores são todos uns burros» - TVI

«O ministro diz que os agricultores são todos uns burros»

Portas em campanha em Ponte de Lima

Agricultura tem sido o tema forte do CDS. Bem preparado, Portas debateu problemas do sector com agricultores

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A Agricultura tem sido o tema forte do início da campanha do CDS. Primeiro por terras de Trás-os-Montes, agora no Alto Minho. Portas fala do PRODER (programa de fundos europeus para o sector), da falta de incentivos, dos perigos de «deixar morrer a Agricultura em Portugal» e claro, aponta o dedo ao ministro, dizendo que «para a Agricultura portuguesa, pior do que a seca foi o Silva».

Esta tarde, o líder laranja teve um encontro-debate com agricultores e produtores de leite na adega cooperativa de Guimarães e nota-se que fez o trabalho de casa. Portas falou sobre os incentivos aos jovens agricultores e sabia mesmo de cor o número da acção. «É 1.1.3», disse. «Vocês acham que algum dos outros líderes partidários sabe o que é o 1.1.3?», questionou ainda.

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Alguns dos presentes aproveitaram para colocar questões e outros não conseguiram conter os desabafos. Depois de ouvir Portas dizer que «para preencher alguns impressos do PRODER, uma agricultora não quis calar a revolta. «O senhor ministro diz que nós somos todos uns burros. Eu perdoo muita coisa mas isso não lhe perdoo. É uma falta de respeito», disse. «Na agricultura há pessoas muito bem formadas. Algumas mais bem formadas dos que as que estão em Lisboa», disse ainda.

Um outro agricultor, que fez questão de chamar Jaime Silva «ministro entre aspas», queixou-se de que «o Governo ainda não explicou porque é que retirou a electricidade verde. Disse que dois agricultores usaram o dinheiro para construir piscinas. Para mim, eram 200 euros por mês», disse.



Maria José Freitas, da direcção da cooperativa de Guimarães, afirmou que o sector precisa «que alguém vá para Lisboa e que cumpra o que promete. Temos jovens agricultores que estavam convictos que tínhamos um parceiro sério e não temos».

Portas aproveitou a deixa e disse mesmo: «Com este sistema, eles candidatam-se ao PRODER como jovens, e quando o apoio chegar, já não o são».

«Eu não acredito num país sem agricultores», disse Paulo Portas, dizendo depois que «o CDS é o único partido que fala de Agricultura mesmo sem ser em tempo de eleições», defendendo que o próximo ministro tem de ser alguém «que goste do mundo rural e não fale mal dos agricultores».

Aproveitando a deixa, os jornalistas perguntaram-lhe se gostaria de ser ministro da agricultura, mas o líder do CDS não quis responder, dizendo apenas: «melhor ministro do que este é facílimo».

Portas não quis falar do TGV

Sobre o TGV, Portas não quis falar mais e criticou quem ainda mantém vivo o tema. «Há cinco dias que o PS e o PSD só sabem discutir o TGV. Já toda a gente sabe o que cada um pensa, agora era um bocadinho mais interessante falar de problemas mais importante do País: meio milhão de desempregados, milhares de falências das PME, carga fiscal pesadíssima e a aumentar, a agricultura de rastos, a justiça que é o que é».

«Eu bem percebo que eles não falem de outros assuntos, mas falo eu em vez deles», disse, adiantando que «o que separa PS e PSD é uma bitola.
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