Paulo Portas fez esta sexta-feira em Famalicão um discurso virado para os jovens e subiu o tom das críticas aos outros partidos. «O PS e o PSD são um bocadinho cotas na atitude», disse o líder do CDS, criticando as respostas que os partidos do «centrão» dão aos jovens portugueses.
Na iniciativa que decorreu no distrito de Braga «um dos distritos mais jovens do país e que tem taxa de natalidade positiva», Portas fez questão de falar «para os jovens e sobretudo para os que vão votar pela primeira vez».
Recordando que «a maior preocupação dos jovens é o emprego», o líder do CDS faz questão de demarcar o partido da esquerda que «é contra as empresas». Críticas também para a lei das rendas, «uma das reformas mais falhadas do PS é a lei das rendas que não gerou nenhum benefício», disse Portas, afirmando que arranjar casa para alugar é a segunda preocupação dos mais novos.
Críticas à extrema-esquerda
Portas criticou ainda algumas medidas propostas no programa do BE e da CDU sobretudo no campo económico. Primeiro a proposta das nacionalizações, que também já tinha sido alvo de críticas por parte de Nuno Melo e Telmo Correia, cabeça-de-lista pelo distrito, que discursaram antes. Depois, foi altura de falar nas alterações aos benefícios fiscais propostas «por aquela esquerda que carrega muito nos rr».
«Porque é que alguns senhores de esquerda querem proibir o jovem de fazer um PPR? Não são os dirigentes do BE e PCP que sabem o que o jovem vai fazer com o seu salário. Na linguagem deles [dos partidos de esquerda]: o salário a quem trabalha», disse Portas.
«Os jovens preferem ir trabalhar para um país que respeite o talento, o esforço e o mérito», diz Portas, que quer mais apoio para empresas criadas por jovens. «A esquerda votou contra porque para eles os jovens têm de ser escravos» disse ainda.
A alternativa ao rosa/laranja
«Muito gostam eles de dizer às pessoas que só há duas escolhas: ou rosa ou laranja, ou laranja ou rosa. Ou Sócrates ou Ferreira Leite», diz Portas. «Mas Sócrates para muitos portugueses foi uma desilusão e Ferreira Leite para muitos portugueses não é uma esperança», disse ainda.
«O PS trabalhou mal, o PSD trabalhou pouco», continuou Portas, dizendo que «o CDS é a alternativa».
Nuno Melo, que esta noite se juntou à campanha precisamente no distrito pelo qual tinha sido eleito deputado, foi a voz mais sonante nas críticas ao PSD. «Segundo João de Deus Pinheiro, o PSD tem de ter maioria absoluta. Era o que mais faltava», disse o agora eurodeputado, criticando ainda o cabeça-de-lista do PSD pelo distrito de Braga por defender um Governo de bloco central. «Criticam o Governo de José Sócrates. Criticam o ministro Jaime Silva, mas coligados com o PS, já achariam que ele conseguiria distinguir uma vaca charolesa de uma vaca barrosã», disse.
«Nós não somos alternativa de faz de conta. Somos genuína alternativa», diz Nuno Melo sobre o PS.«Connosco eles não irão coligados a lado nenhum».
Confiante num bom resultado, Nuno Melo arriscou mesmo um prognóstico: «É agora que o CDS vai chegar aos dois dígitos».
«O maior engodo que foi a votos
«É importante votar no CDS para que Portugal não seja o único país da Europa onde estalinistas, trotskistas e leninistas têm mais de 20 por cento dos votos», disse Nuno Melo. «A experiência é velha e terminou com o cair do muro», disse ainda.
«Quem acha que a extrema-esquerda é alternativa, deveria vê-los um ano no Governo, para perceber que são o maior engodo que algum dia foi a votos, defendeu.
Portas jantou onde Sócrates almoçou
O jantar de Famalicão, conselho de que Nuno Melo é natural, juntou cerca de 550 pessoas no mesmo restaurante onde esta sexta-feira José Sócrates almoçou. «E natural que o futuro primeiro-ministro de Portugal jante onde almoçou hoje o actual primeiro-ministro» disse Telmo Correia.
«O PS e o PSD são um bocadinho cotas»
- Sara Marques
- 19 set 2009, 01:38
Num discurso virado para os jovens, Portas criticou as propostas do centrão e da extrema-esquerda
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