Portas passou a manhã no campo e até vindimou - TVI

Portas passou a manhã no campo e até vindimou

Portas no meio do campo

Junto dos agricultores, líder do CDS encontrou eco nas críticas que tem feito a Jaime Silva

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Em época de vindimas e visita à região de vinhos dos Oeste, Paulo Portas não quis deixar de fazer o gosto à mão e reeditar, 10 anos depois, uma imagem de campanha. «A última vez que vindimei foi há 10 anos, em Oliveira do Bairro, durante uma campanha», afirma o líder centrista enquanto corta cuidadosamente meia dúzia de cachos de uvas, sob a supervisão de quem faz a vindima mais a sério.

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Atrás, há alguém que lhe diz em tom de gracejo: «a demorar assim tanto, não podia vir trabalhar para a vindima». E não é só a lentidão que o faz destoar. Portas lamenta não estar vestido de forma mais adequada às lides do campo, mas não hesita em caminhar, primeiro pela vinha da Quinta do Sanguinhal, depois por uma quinta de produção de vinho e pêra Rocha. Mais dificuldade tiveram outras pessoas da comitiva, a quem os saltos altos atrapalham este passeio pelo campo.





Mas o líder centrista faz questão de frisar que o partido está atento aos problemas «da lavoura» e que para o CDS, a agricultura não existe só em tempo de campanha. Em conversa com Agostinho Silva, de 55 anos, que trabalha a terra há 40, Portas escuta e faz eco dos protestos. «Este é o pior ministro da Agricultura desde o 25 de Abril», diz Agostinho Santos. «Ouvimos todos os dias o senhor ministro dizer que vêm milhões de euros para a Agricultura, mas não vemos chegar nada. Só tenho um subsídio para o gasóleo, não recebo mais nada», lamenta.

Dono de uma exploração familiar, Agostinho Santos conta que é com a esposa, as filhas e os genros, que vai assegurando a produção. «Assim é muito difícil», diz, e duvida que consiga continuar com a produção de vinho. «Colhemos um quilo de uvas para receber 14 ou 15 cêntimos. Um terço é gasto com a mão-de-obra e o resto dificilmente chega para a produção. E quase impossível produzir vinho assim», lamenta.

Portas assume depois o discurso crítico. «O próximo ministro da Agricultura tem de ser uma pessoa que goste do mundo rural», afirmou, realçando que este não é o caso de Jaime Silva. «Ele passa a ideia de que os agricultores são todos subsídio-dependentes», disse.

Agostinho Silva concorda de adianta mesmo que «tem que ser alguém que conheça a terra, não pode ser um senhor que é formado numa universidade, mas que não percebe nada de agricultura».

Mesmo concordando com as ideias do líder do CDS, o agricultor ainda não sabe em quem vai votar. Questionado quem foi o melhor ministro da Agricultura de que tem memória, diz que foi «um do PSD que depois foi presidente da câmara da Figueira-da-Foz», mas não se recorda do nome. A memória de Paulo Portas é que não falha. Explicou depois aos jornalistas que o agricultor estava a falar de António Duarte Silva, ministro de Cavaco nos anos 80.
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