Alinhados de um e do outro lado da rua, os apoiantes da CDU permaneciam indiferentes aos apelos do líder socialista, que correram em loop até alguém da própria sede do PS calá-los, com o girar de um botão.
Arruada da #CDU no Barreiro quase a começar com música de fundo do PS #eleicoestvi24 pic.twitter.com/2rFYk6J5Pn
— Hugo Beleza (@hugobeleza) 2 outubro 2015
Pouco depois, era a voz de Jerónimo de Sousa que animava a rua. Ao vivo e entre as cores das bandeiras da coligação de esquerda.
Cumprimentos, saudações. Galgou a escada de um edifício da Câmara Municipal para cumprimentar quem estava à porta. Subiria ainda outras escadas para esbarrar, ao descê-las, com a TVI24 online.
- “Como se sente?”.
-“Pronto para ir até à reta final e para continuar. Com força, sim, com força”.
Jerónimo de Sousa diz ter "força" para continuar "até à reta final" #eleicoestvi24 pic.twitter.com/rVlvzzf94j
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Força foi o que desejou, pouco depois, a Jerónimo de Sousa um homem que lhe deteve a marcha, para dizer que só acredita no projeto da CDU.
“Vou votar na CDU”, diz-nos à margem da arruada João Soares. Nome de socialista. Socialista também e até ex-autarca pelo partido, entre 2001 e 2009, na Câmara do Barreiro, onde foi vereador.
“Os indecisos olham para o líder do PS com alguma dúvida e suspeita”, explica assim o sentido do voto, lamentado que António Costa tenha “atraiçoado” António José Seguro.
À frente, Jerónimo de Sousa, prosseguia a caminhada, com uma disposição física aparentemente mais desenvolta do que a que mostrara no comício da última noite, na Quinta do Conde.
Uma disposição que seria reforçada mais à frente, com uma “paragem técnica”, numa sombra, onde Margarida Feio e Silva, de 77 anos, o esperava com uma caixa de bolos.
“Camarada, um docinho para você não ir abaixo”, desafia. Jerónimo de Sousa não recusa. Nem o bolo, nem um copo de moscatel, que lhe é estendido logo a seguir pelo marido de Margarida.
"Camarada, um docinho para você não ir abaixo" #cdu #eleicoestvi24 pic.twitter.com/g7TuYyL33s
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“Não reparei o bolo que o camarada tirou, mas bebeu um moscatelzinho também”, explicar-nos-ia a militante comunista logo a seguir.
“Já fui eleita de 79 a 89 numa autarquia do Barreiro, na junta de freguesia do Barreiro”, conta depois com orgulho, enquanto Jerónimo de Sousa avançava mais à frente, reforçado com a paragem nesta “box” de bolos.
Já na praça Catarina Eufémia, Jerónimo de Sousa subiria ao palanque para apelar ao voto e manifestar fé nos dois “grandes objetivos” da CDU.
O primeiro de obter mais votos e mais deputados e o segundo de “derrotar esta política de direita e este Governo de serviço que é o PSD e o CDS, retirando-lhe a maioria absoluta”.
Um objetivo que Jerónimo de Sousa já apresentara ontem com essa nuance de não ser necessariamente uma derrota eleitoral que afaste do poder PSD e CDS.
Uma “vitória” para a CDU, porque, explicou Jerónimo de Sousa, sem maioria absoluta, a coligação de direita “não tem condições para governar”.