André Ventura: "Não voltarei jamais a viabilizar o Estado de Emergência nestas condições" - TVI

André Ventura: "Não voltarei jamais a viabilizar o Estado de Emergência nestas condições"

    Miguel Sousa Tavares

André Ventura foi o primeiro candidato às eleições presidenciais de 2021 a ser entrevistado por Miguel Sousa Tavares, no J8 da TVI

O líder do Chega, André Ventura, admitiu esta segunda-feira à TVI que o partido não vai viabilizar um próximo Estado de Emergência, no âmbito da pandemia de covid-19, com as mesmas condições.

André Ventura foi o primeiro candidato às eleições presidenciais de 2021 a ser entrevistado por Miguel Sousa Tavares, no seu habitual espaço de entrevista no J8.

Ventura, que foi acusado de aproveitamento político por ter marcado presença na manifestação dos proprietários e trabalhadores da restauração, voltou a frisar que ninguém da organização lhe pediu para não comparecer ao protesto. 

De qualquer forma, o político justifica a presença por considerar "fundamental estar ao lado daqueles que consideramos quem anda a pagar os impostos e agora se vê desamparado”. Por essa razão, admite que não voltará" "jamais" a viabilizar o Estado de Emergência "nestas condições".

Eu fui eleito porque os portugueses estão descontentes com o sistema”, destaca Ventura.

O político alega que “cumpriu o seu papel” não só na Assembleia, mas também na rua. Por essa razão, acredita que a sua “forma de fazer política é diferente”.

Ana Gomes e Marisa Matias são o pior que o sistema tem

Na entrevista conduzida por Miguel Sousa Tavares, houve ainda oportunidade para André Ventura lançar farpas aos outros candidatos às eleições presidenciais de 2021.

O também candidato presidencial diz que os portugueses estão fartos de campanhas "fofinhas" e afirma que candidaturas como a de Ana Gomes ou Marisa Matias são o pior que o sistema tem para oferecer.

Ana Gomes representa a fatia dos que querem viver à conta", classifica.

Ventura vai mais longe e classifica escolha de Paulo Pedroso como diretor da campanha de Ana Gomes como um "desastre a todos os níveis"

A escolha de Paulo Pedroso é o maior desastre eleitoral e de desrespeito às instituições e uma ofensa aos portugueses", considera.

 

A "profunda reforma no sistema político"

O líder do Chega, que se assume contra “este sistema excessivamente parlamentarista”, defende o corte no número de deputados e que “o principal prejudicado da redução será o Chega e o BE”. Ainda assim, diz estar disposto a assumir o risco.

Uma das propostas do partido de Ventura é o imposto proporcional: o partido propõe uma taxa única de 15% de IRS, além da eliminação do IMI. Já o IRS, não concebe como é que, neste país, “quem trabalha mais é quem paga mais”.

O IMI é um imposto estúpido”, atira.

Nos últimos dias, o Chega ganhou protagonismo ao desbloquear a solução governativa nos Açores. Questionado sobre uma cláusula onde são assegurados os direitos individuais previstos na Constituição, Ventura não considera que o seu partido os ameace. 

No entanto, sente-se "ofendido quando o primeiro-ministro diz que são extrema direita xenófoba e racista”.

“Parece que o problema dos ciganos nasceu com André Ventura”

André Ventura tem sido acusado de fazer uma “lavagem democrática” nos últimos dias, nomeadamente a três temáticas: o racismo, o casamento e matérias morais.

O político volta a referir que nunca mudou de posição em relação ao racismo. Já sobre a comunidade cigana, justifica que "há problemas grandes com a comunidade, como a criminalidade e o excesso de subsídios”.

Esta medida justifica-se, refere Ventura, porque há impostos “absurdos”, como o IMI

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