"Chicão" quer um CDS-PP “sexy” - TVI

"Chicão" quer um CDS-PP “sexy”

  • CM
  • 26 jan 2020, 18:38

Francisco Rodrigues dos Santos, até então líder da Juventude Popular, foi eleito neste domingo presidente dos centristas, o 10.º da história do partido

Francisco Rodrigues dos Santos fixou hoje o objetivo de tornar o CDS-PP um partido “sexy” e próximo dos cidadãos, no encerramento do 28.º Congresso, que decorreu em Aveiro.

Seremos um partido que se tornará sexy, mas não por defendermos ideias que não são as nossas, mas por rejeitarmos negociar os nossos valores, mas por utilizarmos estratégias de comunicação acutilantes, disruptivas, atuais, que suscitem o interesse daqueles que nos seguem”, assegurou aos congressistas na primeira intervenção como presidente do partido.

"Chicão", como é conhecido no partido, foi hoje eleito presidente do CDS-PP, o 10.º da história do partido, para um mandato de dois anos, tendo a sua comissão política nacional sido eleita com 65,7% dos votos dos delegados.

Seremos um partido atual, que, no campo interno, procederá a uma verdadeira revolução digital, tornando-se moderno nas formas de comunicar, abrindo canais de interlocução com a nossa sociedade e com os nossos eleitores”, afirmou.

Falando dos próximos desafios eleitorais, o novo líder do partido assinalou que "o CDS, através desta nova liderança que acompanhará o próximo ciclo de eleições autárquicas, cá estará para reforçar a sua malha de implantação local, para afirmar o partido em cada município do nosso país, para formar listas competitivas".

O objetivo da liderança que sucede a Assunção Cristas passa por "tornar o CDS um partido que, em vez de contar vereadores, passe também a contar muitos presidentes de câmara de norte a sul e ilhas".

Valendo-se das palavras do antigo líder do partido Adelino Amaro da Costa, o centrista apontou que “os sindicatos estão para partidos de esquerda como autarquias para os partidos democratas-cristãos”.

“Temos um passado de que nos orgulhamos, temos provas dadas e não recebemos lições de ninguém, nem dos que chegaram há mais tempo, nem daqueles que chegaram há menos”, frisou, advogando que “o CDS precisa hoje de construir pontes e não erguer muros”, e nota disso são as listas “construídas tendo por suporte as várias sensibilidades que estão representadas neste congresso”.

No CDS em que acredito cabem todos, há espaço para todos, todos fazem falta e ninguém está a mais para servir o nosso partido”, disse, acrescentando que este é o momento para "o CDS se conciliar com todos os seus ex-presidentes".

Na ótica da nova liderança, “este é o momento de voltar ao terreno com uma identidade clara e com o rosto visível” e convencer os militantes desagradados com o partido a “regressar a casa”, uma casa que “não precisa de estar dividida contra si mesma”.

Neste CDS renovado acreditamos que seremos capazes de surpreender o país e reconquistar as nossas bases sociais de apoio”, vincou, num discurso de pouco mais de 20 minutos, onde salientou igualmente que a sua liderança não será composta por “políticos que aparentam uma grande firmeza nas suas palavras e revelam uma imensa fraqueza quanto têm de enfrentar as consequências dessas mesmas palavras”.

O até agora líder da Juventude Popular assinalou ainda que “o CDS será o braço direito de todos os portugueses, mas um braço de trabalho, com genica, com movimento e com energia”.

O 28.º congresso nacional do CDS-PP encerrou cercas das 17:00 e, no final do discurso do novo líder, os congressistas cantaram o Hino Nacional e o hino do partido.

Uma "nova direita" e a recusa de ser "mordomo"

Francisco Rodrigues dos Santos comprometeu-se hoje a “arregaçar as mangas”, unir o partido e torná-lo numa “nova direita” para liderar a oposição, recusando ser “mordomo" de outro partido.

À direita, lidera o CDS, não lidera nenhum outro partido”, defendeu.

“Espero que, com este trabalho, por cada eleitor que regresse, outro possa vir de novo, para que juntos possamos começar a construir uma sólida alternativa para o povo não socialista em Portugal”, estimou o novo líder, apontando que quer fazer do CDS “uma nova direita”.

Rodrigues do Santos quer tornar o CDS-PP numa “síntese dessa nova direita de Manuel Monteiro, de Paulo Portas, mas também de Lucas Pires, que não está fechada nem centralizada em Lisboa mas andará pelo país, qual locomotiva em andamento e abrirá zonas de debate com a sociedade, dialogará com os portugueses, em contacto com o país real, olhos nos olhos”.

Este é o momento de união, é o momento de tocar a rebate, é o momento de arregaçarmos as mangas e acabar com a folga que tem sido dada na oposição ao Governo socialista de António Costa. Nós vamos a partir de hoje começar a lançar as bases para uma nova maioria de direita em 2023, ou mesmo que este calendário seja antecipado, uma maioria que contará certamente com o papel ativo do CDS”, calendarizou.

Perante o congresso, o novo presidente do CDS-PP comprometeu-se a não ser “muleta de ninguém”, nem “mordomo de nenhum outro partido”.

Não nos vamos diluir em nenhuma força política, nós vamos ser o CDS, nós vamos à luta, um partido de estabilidade, um partido de compromisso, um partido de governo, um partido que somos nós, um partido que é maior do que nós, um partido ao serviço de Portugal e dos portugueses”, frisou, desencadeando a maior reação de apoio da sala.

Enquanto for presidente, "o CDS estará unido numa oposição que não será uma trovoada de criticas nem de protesto", e fará "uma oposição construtiva, empenhada em erguer a raiz da alternativa às esquerdas" que governam Portugal.

Somos um partido que é de direita, sem complexos nem tibieza, mas não passará os dias a fazer essa proclamação, dizendo que o é", vincou.

Observando que não é deputado, Rodrigues dos Santos reiterou que a sua “assembleia será o país”, e o seu escritório “as ruas de Portugal”.

Estarei empenhado a crescermos no país, para depois aumentarmos os lugares onde nos iremos sentar no parlamento. Porque quando o CDS merece, o povo vota no CDS”, advogou no final do discurso.

Reforma eleitoral, saúde e segurança: as prioridades

A reforma do sistema eleitoral, a melhoria da prestação de cuidados de saúde, a coesão territorial ou a segurança são algumas das prioridades elencadas hoje pelo novo presidente do CDS-PP.

Nós temos um projeto para Portugal, e esse projeto passa por resgatar o Estado e a economia da ditadura dos interesses, combatendo a corrupção, o colapso ético e moral do nosso sistema político, e apresentando um novo modelo de supervisão do sistema financeiro e do regulador dos setores estratégicos."

Aos delegados, o novo líder adiantou igualmente que o CDS vai bater-se "pela reforma do sistema eleitoral, de modo a devolver a última palavra aos eleitores na escolha dos seus representantes e não aos diretórios partidários".

Outra das propostas dos centristas passa por apresentar um "novo contrato de confiança entre gerações, para que o sistema de Segurança Social garanta uma resposta aos desafios demográficos que se colocam em Portugal".

Defenderemos um Serviço Nacional de Saúde universal, modernizado e preparado, que dê resposta em tempo útil aos doentes, que não triplique os tempos de espera para cirurgias urgentes, que não seja baseado no preconceito ideológico e que não preste cuidados médicos em corredores", acrescentou.

Ao nível da segurança, Francisco Rodrigues dos Santos defende a renovação da "capacidade operacional das polícias", bem como a "valorização e o prestigio da condição militar e de todos os ex-combatentes".

Vamos devolver coesão territorial ao país, respeitar as nossas tradições, a ruralidade, contra modas e contra preconceitos, porque não aderimos a agendas animalistas nem queremos julgar o mundo rural com base no óculos do tecnocrata urbano", prosseguiu.

O novo presidente do CDS falou ainda num "verdadeiro choque fiscal, amigo da poupança das famílias e do investimento", falando num "Estado antissocial que não ampara" os portugueses nas situações de vulnerabilidade.

Na área da justiça, Rodrigues dos Santos defendeu "uma justiça forte com os fracos" e uma "reforma equilibrada" do sistema para "colocar um ponto final nos privilégios dos mais poderosos".

Lista completa dos órgãos nacionais eleitos

COMISSÃO EXECUTIVA

Presidente: Francisco Rodrigues dos Santos

Vice-presidentes: Filipe Lobo d’Ávila, Miguel Barbosa, Artur Lima, António Carlos Monteiro, Francisco Laplaine Guimarães, Paulo Jorge Duarte e Sílvio Cervan.

Secretário-geral: Francisco Carvalhão Tavares

Coordenador autárquico: Fernando Barbosa

Vogais: Abel Matos Santos, Maria Campos, Lídia Brás Dias, Raul Almeida, José Miguel Garcez, Artur Lima (inerente por ser presidente do CDS-PP Açores) e Rui Barreto (inerente por ser presidente do CDS-PP Madeira)

 

COMISSÃO POLÍTICA NACIONAL (além dos membros da Comissão Executiva)

Vogais: Ana Silva, Alonso Teixeira Miguel, Diogo Vasconcelos, Gonçalo Moita, Miguel Matos Chaves, Rosa Guerra, Nuno Baeta Correia, Hugo Nunes, Maria Tavares, João Forsado Gonçalves, Luís Marinho, Vítor Pimentel, Pedro Marques Pereira, Tiago Telo de Abreu, Tiago Carvalho de Sousa, Fernando Camelo Almeida, Francisco Pires Mota, Pedro Rebelo Tavares, João Leal de Moura, Hélder Rodrigues, Sara Gomes, José Caçorino, José Montenegro, Pedro Melo, João Medeiros, José Anacoreta Correia, José Dinis Carmo, Paulo Cunha de Almeida, Tiago Loureiro, João Castanheira, Maurício Rodrigues, João Freire de Andrade, Gabriel Fernandes, Francisco Kreye, Luís Miguel Graça, Altino Bessa, Rui Barreira, José Sampaio, Pedro Parada Monteiro, Nuno Correia da Silva, Ricardo Rossi e Pedro Pestana Bastos

 

MESA DO CONGRESSO

Presidente: Martim Borges de Freitas

Vice-presidentes: Sérgio Casado, Paulo Silva e Silva e André Levi.

Secretários: Conceição Pinto, Manuel Marques, Ana Paula Artur e Maria Céu Moleiro

 

MESA DO CONSELHO NACIONAL

Presidente: Filipe Anacoreta Correia

Vice-presidentes: João Diogo Moura e Silvino Malho Rodrigues

Secretários: Nelson Plácido, Joana Bento Rodrigues, Amélia Mestre, Vítor Pereira

 

CONSELHO NACIONAL DE FISCALIZAÇÃO

Presidente: Marco Rodrigues Dias

Vice-presidente: Artur Jorge Basto

Vogais: José Pires dos Reis, Linda Oliveira, Francisco Aguiar, Nuno Moreira e Frutuoso Tomé

 

CONSELHO NACIONAL DE JURISDIÇÃO

Presidente: Alberto Rodrigues Coelho

Vice-presidente: Miguel Alvim

Vogais: Marta Carvalho Esteves, Filipe Matias Santos, Diogo Feio, Otília Gomes e João Monge Gouveia

 

CONSELHO NACIONAL

Vogais: Ana Correia Pinto, Artur Viana, Margarida Penedo, Gonçalo Alves, Rui Martins, Isilda Guerreiro, Tiago Vasconcelos, Maria Freitas, Fernando Peres, João Pedro Dias, José Mendes Pinto, Ana Sanches, António Barbosa, Agostinho Guedes, Manuel Carvalho, Hugo Filipe, Maria Anacoreta Correia, João Oliveira, António da Silva Santos, Fábio Joaquim, Inês Palma Teixeira, Jorge Pereira, Eduarda Ferreira, Francisco Peixoto da Silva, Rui Mateus, Duarte Sardinha, Liliana Silva, Nuno Pereira de Magalhães, Lucinda Carpinteiro, António Pinto Moreira, Aires Patrício, Nuno Lobo, Raquel Carreira, Sara Sepúlveda da Fonseca, Rui Espírito Santo, José Marcelo Pinto, António Moreira, Luís Pedro Mateus, João Almeida, Rui Barreto, Catarina Araújo, Nuno Magalhães, José Pinheiro, Adolfo Mesquita Nunes, Maria Luísa Aldim, Hélder Amaral, Álvaro Castelo-Branco, Duarte Novo, Durval Ferreira, Nuno Gusmão, Ricardo Tavares da Silva, Paulo Sousa, Maria Roque, Pedro Moutinho, João Pedro Gomes, António José Batista, João Condeixa, Alexandre Teixeira, Ângelo Santos, Ricardo Mendes, Gonçalo Camacho, Beatriz Proença João, John Baker, Patrícia Fonseca, Manuel Gonçalves, Patrícia Ribeiro, Maria Inês Mineiro, Isabel Coelho, José Souto Pereira e Ana Maria Machado

 

Continue a ler esta notícia