Guantánamo: Assis recusa nova discussão no Parlamento - TVI

Guantánamo: Assis recusa nova discussão no Parlamento

Francisco Assis

Líder da bancada parlamentar socialista considera que a questão «não descredibiliza o Governo»

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O líder da bancada parlamentar do PS, Francisco Assis, rejeitou esta quinta-feira que os voos de repatriamento de detidos de Guantánamo voltem a ser discutidos na Assembleia da República, considerando que esta questão «não descredibiliza o Governo», informa a Lusa.

Questionado pelos jornalistas na Câmara do Porto, após um conjunto de visitas no âmbito das jornadas parlamentares do PS que hoje começam na cidade, Francisco Assis considerou ainda que a questão é agora suscitada por «informação que se obteve por via de um furto», divulgada no Wikileaks.

«Não há de facto nenhum dado novo que da minha parte leva a que se pense que possa justificar uma reapreciação no plano parlamentar desse assunto, não há absolutamente nada de novo nesta matéria», afirmou.

Para o líder da bancada parlamentar a origem da informação deve «desde logo ser objecto de apreciação ou de pelo menos de devida ponderação». «Não há nenhum dado, não nenhum elemento que venha a apontar no sentido do Governo ter feito qualquer coisa contrária aquilo que sempre disse que tinha feito», recordou.

Segundo Francisco Assis «o Governo comportou-se sempre dentro da legalidade», sublinhando que aquilo que o ministro dos Negócios Estrangeiros «tem vindo a dizer ao longo do tempo não foi minimamente desmentido com estas revelações».

«E portanto nós entendemos que isto não concorre em nada para a descredibilização do Governo e não deve suscitar qualquer tipo de reapreciação no plano parlamentar», respondeu, quando questionado pelos jornalistas sobre se esta matéria poderia descredibilizar o executivo de José Sócrates.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, reafirmou hoje que não houve qualquer autorização do Governo para que voos de repatriamento de detidos de Guantanamo sobrevoassem espaço aéreo português, dado que não houve qualquer pedido formal norte-americano nesse sentido.

«O Governo não autorizou, não houve autorização nenhuma porque não houve nenhum pedido formal para sobrevoo. Se tivesse havido, como eu disse, uma das condições que tinha sido colocada é que ela (autorização) seria pública, mas só depois de a operação se realizar por razões de segurança óbvias», afirmou Luís Amado em conferência de imprensa.

Questionado sobre o papel do primeiro-ministro neste processo, o ministro respondeu com irritação, afirmando que as notícias segundo as quais Sócrates autorizou voos de repatriamento «são uma manipulação» que «confunde realidades descontextualizadas».
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