Red Bull Race: Lisboa «dá» milhões - TVI

Red Bull Race: Lisboa «dá» milhões

Red Bull Air Race 2009

António Costa levou a proposta com o protocolo a assinar à reunião de câmara, mas acabou por retira-la de votação

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A proposta com o protocolo a assinar entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML), a Câmara de Oeiras, o Turismo de Lisboa (ATL) e a Red Bull Air Race deveria ter sido votada esta quarta-feira em reunião de câmara, mas o presidente da CML, António Costa acabou por retira-la da mesa. As diferenças entre os acordos que a capital pretende assumir e os que foram anteriormente assumidos pelas autarquias do Porto e Gaia são de «milhões».

«Foi tudo feito de forma leviana», afirmou ao tvi24.pt António Carlos Monteiro, vereador do CDS-PP. E quais são as diferenças? «As câmaras do Porto e Gaia pagavam um valor fixo de 800 mil euros - 400 mil cada - por dois anos de realização da corrida no Rio Douro. Lisboa, juntamente com os restantes parceiros, pagará 3,5 milhões de euros por um ano», explica António Monteiro.

Deste valor 50 por cento é avançado pela autarquia de Lisboa, 25 por cento pela Câmara de Oeiras e 25 por cento pela própria ATL.

«Mas vai pagar muito mais do que isso», acrescenta a mesma fonte. «No Porto, a Red Bull Race assumia as despesas de segurança, pública e privada, dos bombeiros e das infraestruturas. Na capital, serão as autarquias e o turismo de Lisboa a assumir esses gasto, que apesar de enumerados na proposta, não foram contabilizados», acusa.

E como se não bastasse, «além de garantir patrocínios no valor de 3,5 milhões de euros, isenta de taxas a publicidade da Red Bull ¿ algo que não acontecia no norte - e "dá" as receitas da -ublicidade à empresa privada. Há uma cláusula no contrato a garantir isso», lamenta ao tvi24.pt o vereador democrata-cristão.

Com alguma ironia fala «numa sociedade leonina, em que a carne fica do lado da Red Bull e o osso do lado da Câmara de Lisboa». Perante a proposta apresentada esta quarta-feira e que foi retirada, António Monteiro tem dúvidas sobre os verdadeiros motivos que levaram a corrida a transferir-se para as águas do Tejo, porque «Lisboa não devia competir com o Porto».

«O presidente garantiu que não iria pagar mais que o Porto e Gaia, mas é mentira». O vereador vai mais longe e dúvida que a CML tenha lido todo o protocolo enviado pela Red Bull. «Não se informaram do acordo anterior, assumido pelo Porto e Gaia, e provavelmente não leram todas as alíneas do documento, que foi junto à proposta em inglês», concluiu.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da CML, António Costa (PS), assumiu a retirada da proposta e justificou que estava em causa uma cláusula sobre a área de publicidade a ser explorada exclusivamente pela Red Bull, em relação à qual foi pedido um «esclarecimento escrito» à organização do evento. Ou seja, se a empresa tem o exclusivo publicitário de toda a área em que decorrerá a prova, entre Alcântara e Algés, ou se é uma «área perfeitamente delimitada, uma espécie de área VIP», referiu o autarca.
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