Europeias: Paulo Portas diz que vitória do PS não permite «triunfalismo» - TVI

Europeias: Paulo Portas diz que vitória do PS não permite «triunfalismo»

O presidente do CDS-PP lembrou também que «os dois partidos têm o compromisso de levar esta legislatura até ao fim»

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O presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, recusou este domingo qualquer «triunfalismo» na vitória do PS e argumentou que a expressão da abstenção não permite dizer que houve «um voto a pedir eleições antecipadas».

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas lembrou também que «os dois partidos têm o compromisso de levar esta legislatura até ao fim».

«Eu não creio que, numas eleições em que dois terços dos portugueses ficaram em casa, se possa dizer que há aqui um voto a pedir eleições antecipadas. Há muitos sinais de preocupação que devem ser lidos pelos agentes políticos, agora, é muito difícil poder dizer que com dois terços dos portugueses em casa há aqui uma vontade de derrubar o Governo, fosse ele qual fosse», declarou.

Portas reconheceu a vitória dos socialistas, mas considerou que não lhes dá motivo para «triunfalismos», e, tal como Passos Coelho, considerou que os resultados destas europeias deixam tudo em aberto para as próximas eleições legislativas.

«É verdade, perdemos duas eleições, mas o provérbio pode não ser definitivo. Pode haver duas e não haver três», afirmou, numa referência aos atos eleitorais que PSD e CDS-PP perderam, as eleições autárquicas de 2013 e as europeias de hoje, e as próximas legislativas.

O líder centrista sublinhou que o PS terá ganho as eleições com uma percentagem que rondará «32% ou talvez um pouco menos».

«Para quem pediu uma maioria absoluta e quis fazer destas eleições uma primeira volta das legislativas, apresentou um programa de Governo, é certo que venceram, mas não me parece que seja razoável qualquer triunfalismo. O resultado da Aliança Portugal é fraco? É indiscutível que é. O resultado do PS é forte? Não me parece que seja», sustentou.

Paulo Portas quis cumprimentar «todos os deputados eleitos» e particularizou as «forças que verificaram crescimento, a CDU, e o MPT e o seu cabeça de lista», Marinho e Pinto, ao mesmo tempo que considerou «preocupante» que os partidos do chamado «arco da governabilidade» tenham tido «um resultado bastante inferior aquele que é sua tradição».

«Isso não é só uma lição para nós, é uma lição para o maior partido da oposição», afirmou.

Confrontado com o significado da eleição de Marinho e Pinto, Portas respondeu que «não há votos de primeira nem votos de segunda».

«O MPT terá eleito um deputado, teve uma votação significativa, não vou qualificar os eleitores do MPT. Devemos ter respeito pelas pessoas que acabaram de votar», afirmou.

Portas afirmou ainda não apoiar a «ideia de somar PS e MPT, porque, se os eleitores que votaram MPT quisessem ter votado PS, podiam tê-lo feito», apontando que, mesmo em concelhos de eleitorado tradicionalmente PSD ou CDS-PP, «a votação do MPT foi importante».

«É um sinal para nós também», afirmou, sublinhando também que «não é impunemente que um país vive em estado de exceção».

O presidente do CDS assumiu a «responsabilidade política» que lhe cabe na derrota desta noite, salientando que os candidatos Paulo Rangel (PSD) e Nuno Melo (CDS-PP) «fizeram tudo o que estava ao seu alcance para ter hoje um resultado melhor».

Portas apontou para abstenção, que declarou, «triunfou largamente» sobre todos os concorrentes, com dois terços dos portugueses a não irem votar.

«As pessoas que ficaram em casa, que não quiseram com isso dar um sinal de apoio aos partidos que sustentam o Governo, mas que também não quiseram com isso dar um sinal de apoio à oposição, devem ser respeitadas na opção que fizeram, apesar de o voto constituir um dever», assinalou.

Para o líder centrista, «quando dois terços dos eleitores ficam em casa« isso «diz alguma coisa sobre o que as instituições europeias têm que progredir do ponto de vista da confiança», significando também que «fenómenos políticos conjunturais ganham maior expressão».
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