Há uma polémica a envolver a nomeação de Elisa Ferreira para comissária europeia. Em causa está um alegado conflito de interesses, que está a levantar uma onda de críticas entre os eurodeputados.
Aparentemente, a portuguesa ficou com a pasta dos fundos regionais, os mesmos de que o marido, Fernando Freire de Sousa, é responsável pela aplicação em Portugal.
A questão foi levantada por uma eurodeputada francesa, Marie Toussaint, do grupo dos Verdes, que numa publicação na rede social Twitter disse: “A portuguesa Elisa Ferreira era vice-governadora do Banco de Portugal quando um banco estatal financiou o projeto de uma empresa cujo vice-presidente era seu marido. Agora é nomeada para os fundos regionais dos quais o marido é responsável por esses mesmo fundos em Portugal. Keep cool”.
The Portuguese Elisa Ferreira was vice-governor of the Bank of Portugal when a state bank financed the project of a company whose vice-president was her husband. She is appointed to the regional funds which her husband is responsible for these funds for Portugal. Keep cool.
— Marie Toussaint (@marietouss1) September 18, 2019
Segundo a consulta do Observador, o código de conduta diz que os membros da comissão "devem evitar qualquer situação suscetível de originar um conflito de interesses", ou seja, "sempre que um interesse pessoal possa influenciar o exercício independente das suas funcões".
Mesmo que a CCDR-Norte - entidade responsável pela aplicação de parte dos fundos comunitários em Portugal, e da qual Freire de Sousa é presidente - seja beneficiada pela comissária portuguesa, e isso não constitua um benefício pessoal do marido, a ligação pode ser entendida na mesma como conflito de interesses.
Elisa Ferreira apesar de ter sido escolhida como comissária, e de já ter uma pasta atribuída (Coesão e Reformas), tem ainda de passar pela aprovação do Parlamento Europeu.