"Se Von der Leyen ganhasse por um voto já seria uma vitória", diz Paulo Rangel - TVI

"Se Von der Leyen ganhasse por um voto já seria uma vitória", diz Paulo Rangel

  • JFP
  • 16 jul 2019, 13:57

Paulo Rangel, que falava aos jornalistas em Estrasburgo após ter ouvido o discurso de Ursula Von der Leyen na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), insistiu que se a candidata obtiver mais de 400 votos terá “uma grande vitória”

O eurodeputado Paulo Rangel (PSD) estimou esta terça-feira que se a alemã Ursula Von der Leyen for eleita presidente da Comissão Europeia apenas por um voto poderá ‘cantar’ vitória, devido ao “processo controverso” da sua indicação pelo Conselho Europeu.

Tendo em conta o panorama que nós temos, se ela ganhasse por um voto já seria uma vitória para ela. Como se criou aqui uma grande incerteza e o processo foi um processo controverso, ela ganhou uma vantagem da expectativa não ser uma expectativa alta. Ainda hoje, a poucas horas, não sabemos [se será eleita]”, referiu o também vice-presidente do Partido Popular Europeu, a família política da política alemã.

Paulo Rangel, que falava aos jornalistas em Estrasburgo após ter ouvido o discurso de Ursula Von der Leyen na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), insistiu que se a candidata obtiver mais de 400 votos terá “uma grande vitória” e que a ainda ministra alemã da Defesa não precisa de “uma maioria forte”, notando, no entanto que, caso tal aconteça, isso dar-lhe-ia “uma grande alavanca”.

Mas se ganhar por um voto será uma grande vencedora, porque só teve 15 dias desde a sua indicação. Isto para ela será uma vitória muito grande, seja por um, por 10 ou por 20 votos”, reiterou.

O nome de Ursula von der Leyen foi o ‘eleito’ pelo Conselho Europeu em 02 de julho, depois de uma longa maratona negocial que se prolongou durante três dias.

O processo foi duramente criticado por todas as famílias políticas no debate com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, realizado dois dias depois, sobretudo por os Estados-membros terem deixado cair o modelo dos “candidatos principais”, ou ‘Spitzenkandidat’, que fora introduzido em 2014 e que o Parlamento queria que continuasse a servir para a eleição do presidente da Comissão.

Na votação agendada para as 18:00 (menos uma hora em Lisboa), Von der Leyen necessita obter uma maioria absoluta - metade dos eurodeputados mais um – para suceder ao luxemburguês Jean-Claude Juncker na presidência do executivo comunitário.

Neste momento, o número de eurodeputados que compõem o hemiciclo é de 747 e não 751, pelo que a política alemã necessitaria de 374 votos favoráveis, expectavelmente vindos do seu PPE, dos socialistas e dos liberais, que juntos somam 444 assentos.

Paulo Rangel acredita que o discurso “muito inspirado e inspirador” proferido hoje por Von der Leyen na assembleia europeia poderá ter convencido aqueles – nomeadamente Socialistas e Democratas e os liberais do Renovar a Europa, que tinham condicionado o seu apoio aos compromissos assumidos pela candidata para a próxima legislatura – que ainda duvidam em conceder-lhe o seu voto.

Acho que sinceramente alguns dos deputados que poderiam ter dúvidas, não só pelo conteúdo mas também pela convicção europeia que demonstrou, terão agora caído para o sim. Estou confiante de que, pese embora seja um resultado difícil, se vai conseguir aprovar a presidente da Comissão hoje”, enfatizou, elogiando “o estilo próprio, ao mesmo tempo marcante mas sereno” da alemã.

Para o eurodeputado do PSD, Von der Leyen mostrou “uma visão e uma ambição para a Europa, uma visão realista ao mesmo tempo, capaz de perceber as dificuldades, razoável também, no sentido que procurou fazer um compromisso entre as diferentes exigências dos grupos parlamentares”, num discurso “bastante distribuído” pelos três grupos políticos cujo apoio necessita para garantir a sua eleição, mas no qual também ‘couberam’ os Verdes.

Há aqui cedências. Penso que ela aqui foi inteligente porque a única forma que haveria de chegar a este resultado eventualmente era adiar para fazer um compromisso em que todos estivessem de acordo e teriam de ceder. Ela foi capaz de o antecipar por sua própria iniciativa”, frisou.

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