Ordem da Liberdade entregue a Miguel Portas no dia de aniversário - TVI

Ordem da Liberdade entregue a Miguel Portas no dia de aniversário

  • Atualizada às 19:06
  • 1 mai 2017, 17:59
VIII Convenção do Bloco de Esquerda

Condecoração foi entregue pelo Presidente da República, sob proposta do primeiro-ministro. Dirigente do Bloco de Esquerda morreu há cinco anos. 1.º de Maio é o dia do seu nascimento

O Presidente da República condecorou esta segunda-feira, postumamente, por proposta do primeiro-ministro, o antigo dirigente do Bloco de Esquerda, Miguel Portas. Foi distinguido com a grã-cruz da Ordem da Liberdade, no dia do seu aniversário, passados cinco anos sob a sua morte.

A informação foi avançada à agência Lusa por fonte da Presidência da República, segundo a qual, Marcelo Rebelo de Sousa "condecorou, sob proposta do primeiro-ministro, o doutor Miguel Portas, com a grã-cruz da Ordem da Liberdade".

Essa condecoração ocorre no dia do seu aniversário, passados cinco anos sobre o falecimento", assinalou a mesma fonte do Palácio de Belém.

Miguel Portas, o primeiro eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda, morreu num hospital de Antuérpia, na Bélgica, vítima de cancro. A morte apanhou-o a 24 de abril de 2012, poucos dias antes de completar 54 anos.

Bloco aplaude

Numa nota enviada à agência Lusa, o Bloco de Esquerda declarou que se associa "por inteiro a esta atribuição da Ordem da Liberdade a Miguel Portas, assumindo o seu legado de arrojo e de mudança como exigência essencial para o nosso tempo".

A Ordem da Liberdade destina-se a distinguir "serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade".

Nascido em Lisboa, em 1 de maio de 1958, Miguel de Sacadura Cabral Portas, irmão mais velho do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ganhou protagonismo no plano político no final da década de 1990, mas antes distinguira-se também no jornalismo.

Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, em 1986, e após experiências como animador cultural, foi jornalista de profissão, tendo dirigido a revista Contraste (1986), trabalhado no semanário Expresso (1988) e sido editor da sua Revista (1992-94) e diretor do semanário Já (1995), entre outras colaborações.

Com paixão pela escrita e pelas viagens, deixou três livros publicados - "E o resto é paisagem" (2002), "No Labirinto" (2006), sobre o Líbano, e "Périplo" (2009), sobre o Mediterrâneo -, tendo ainda sido coautor e apresentador de duas séries documentais para televisão ("Mar das Índias", em 2000, e "Périplo", 2004).

Da UEC ao Bloco

A participação de Miguel Portas na política iniciou-se cedo, em 1973, quando aderiu à União dos Estudantes Comunistas.

Em 1989, abandonou o PCP e foi cofundador da Plataforma de Esquerda, no mesmo ano, tornando-se assessor do então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Sampaio, em e em 1990 e 1991.

Em 1994, Miguel Portas participou na criação da Política XXI, uma das formações que se encontram na origem da criação do Bloco de Esquerda, em 1999, partido do qual se tornou um dos principais rostos.

Em 2004, tornou-se o primeiro deputado a ser eleito pelo Bloco para o Parlamento Europeu, com 4,92% dos votos. Em 2009, foi de novo o cabeça de lista do BE, que conseguiu então ser o terceiro partido mais votado, elegendo três deputados, com 10,73% dos votos.

Na assembleia europeia, trabalhou em vários domínios, integrado no Grupo de Esquerda Unitária, ao qual o Bloco pertence, tendo na primeira legislatura sido autor de um relatório sobre a integração dos imigrantes na Europa, um tema que lhe era particularmente caro, e na seguinte relator sobre o financiamento e funcionamento do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização.

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