Nuno Melo quer que Portas "continue por perto" - TVI

Nuno Melo quer que Portas "continue por perto"

Nuno Melo

"Qual era o partido que tendo Portas nos seus ativos gostava que se evaporasse? Ninguém. Paulo Portas é o melhor do CDS", afirmou o vice-presidente do CDS à entrada para o 26º Congresso do partido

O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo disse este sábado que será no partido “o que o Congresso quiser” e manifestou confiança na capacidade de Assunção Cristas para substituir Paulo Portas, esperando que o líder cessante “continue por perto”.

“Paulo Portas é um ativo fundamental, essencial do CDS, espero que continue por perto porque Paulo Portas é um dos nossos. Qual era o partido que tendo Portas nos seus ativos gostava que se evaporasse? Ninguém. Paulo Portas é o melhor do CDS”, afirmou Nuno Melo, à entrada para o 26.º Congresso do CDS-PP, que se realiza este fim de semana em Gondomar (Porto).

Questionado se não teme que Paulo Portas possa ser uma sombra para o partido, respondeu negativamente: “Só vive com sombras quem tem medo e nós não temos medo nenhum”.

Sobre o seu papel neste Congresso, depois de se ter retirado da corrida à liderança, Nuno Melo disse que espera ser “um fator de unidade”, ao fim de uma mudança de ciclo de 16 anos de liderança de Paulo Portas.

“O país precisa de um CDS que faça uma oposição capaz (…). O CDS deve-se concentrar nas batalhas que tem, e não são poucas, fora e não dentro, é isso que vou dizer a este congresso”, assegurou.

“Nós temos um governo, que para além das questões de legitimidade que não discuto, não me parece manifestamente capaz, apresentando documentos orçamentais em que ninguém acredita”, acrescentou.

Questionado se está disponível para se manter na vice-presidência do CDS, Nuno Melo respondeu que o seu papel no partido “vai ser aquele que o congresso quiser”.

De Assunção Cristas, espera “um ciclo novo marcado por diferenças”, até por ser “a primeira presidência de uma mulher” no CDS.

“Não tenho dúvida que a Assunção tem muita capacidade, vai fazer o partido com todos, renovar também”, expressou.

Mais tarde, já depois de iniciado o congresso, Nuno Melo disse estar disponível para assegurar “maior unidade” no partido e ajudar a que Assunção Cristas seja “uma líder de sucesso”, num momento de “fim de ciclo”

“No que de mim depender, [Assunção Cristas] será uma líder com sucesso. Será a primeira mulher presidente do CDS e tem o partido à volta de si, no momento que é de transição e de fim de ciclo de um líder muito carismático que foi Paulo Portas”, afirmou Nuno Melo depois do discurso de despedida de Paulo Portas no 26.º Congresso do CDS-PP.

Para Nuno Melo, para quem o discurso de Portas foi “apreendido com emoção” pelos congressistas, o facto de Cristas “ter o partido consigo é o melhor dos pressupostos para o sucesso e, para além do mais, conta com talento próprio, dela”.

“Eu tive que fazer uma avaliação das minhas circunstâncias e entendo que, no momento em que Paulo Portas deixou de ser presidente do CDS, Assunção Cristas é quem está em melhor condições para o suceder”, salientou o eurodeputado para quem o seu maior ativo “é o de ajudar a garantir no CDS essa unidade que é relevante”.

E acrescentou: “Não me candidatando e apoiando a Assunção, porque acho que está em melhores condições, asseguro maior unidade ao CDS e maior eficácia em tempos que não vão ser fáceis”.

Quanto à relação com o PSD, Nuno Melo sublinhou que o CDS é um partido que “do ponto de vista eleitoral se situa no centro-direita e disputará esse eleitorado com quem quer que seja”.

“Ninguém levará a mal por isso, desempenhando e celebrando as alianças estratégias que forem desenhando”, disse.

Questionado se não teme que o CDS possa ser uma cópia menor do PSD – como afirmou o antigo líder Manuel Monteiro à comunicação social – Nuno Melo rejeitou taxativamente esta designação, dizendo que o CDS pode ser “a afirmação maior do centro direita em Portugal”.

Também o ex-secretário de Estado do Turismo do anterior Governo PSD/CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, defendeu à chegada a Gondomar que o CDS deve ter a ambição de “liderar o espaço político de centro e da direita”.

“É possível que o CDS seja a primeira e a descomplexada escolha dos eleitores, o que não tem sido”, disse, defendendo que “os partidos não são donos dos votos” e que por isso “todos disputam exatamente os mesmos eleitores”

Questionado se vai ocupar um lugar na futura direção de Assunção Cristas, Adolfo Mesquita Nunes remeteu para o Congresso: “Vamos esperar que o futuro diga o que vou fazer, espero continuar a ser eu próprio”.

Também Teresa Anjinho, ex-deputada do CDS-PP, defendeu que o CDS não deve ter medo de se apresentar “como uma alternativa credível à conta dos votos da população portuguesa”.

“Não devemos rotular os votos como votos do PSD ou do PS”, disse, esperando que Assunção Cristas possa marcar um “estilo diferente na política e no CDS” e que o partido possa continuar a contar com os conselhos do líder cessante Paulo Portas.

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