Carvalho da Silva acusa Portas de «preparar futuro» fora deste Governo - TVI

Carvalho da Silva acusa Portas de «preparar futuro» fora deste Governo

Carvalho da Silva

Congresso Democrático das Alternativas critica «espiral de harmonização do retrocesso»

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Manuel Carvalho da Silva, antigo secretário-geral da CGTP envolvido agora no Congresso Democrático das Alternativas (CDA), acusou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de tentar «lavar a face» e «preparar o futuro» fora do «Governo moribundo».

«Paulo Portas põe a claro a fragilidade do Governo. Só num país em que o Presidente da República deixou de exercer as funções que devia desempenhar, em nome dos portugueses, podemos assistir a uma cena destas, de vir o primeiro-ministro fazer uma comunicação e, a seguir, um dos seus ministro pronunciar-se e fazer apreciações sobre o que aceita e não aceita», lamentou o sociólogo.

Para Carvalho da Silva, que falava em conferência de imprensa, num hotel em Lisboa, Portas «está a fazer um exercício de lavar a face, tentar sair ainda com alguma credibilidade e, acima de tudo, já a tentar preparar o futuro», como relata a agência Lusa.

«O que ele está a ver é como sai deste Governo, que está moribundo e cria problemas, uns atrás dos outros, ao país, e como se preparar para outro hipotético cenário para estar sempre no poder», disse carvalho da Silva considerando que o lider do CDS-PP «ainda tem um pouco mais de habilidade para fazer de estadista perante o povo português do que os outros dois intérpretes», naquilo que classificou como a «Troika governação interna, que junta sociais-democratas, democratas-cristãos e Cavaco Silva.

Carvalho da Silva afirmou também que «as medidas apresentadas, de poupança, não significam efetiva poupança, mas sim um golpe profundo no Estado social, em termos quantitativos e de qualidade». «São cortes na saúde, no ensino, na segurança social», continuou o docente definindo essa «destruição« como uma «espiral de harmonização do retrocesso civilizacional» ao serviço dos «interesses financeiros» internos e europeus.

Para o CDA, «o Estado social não é gordura, é o músculo necessário para vencer a crise» e é necessária uma «governação que saiba defender com firmeza os interesses e os recursos nacionais perante os credores e a União Europeia».

«Queremos dizer com toda a clareza que o regresso aos mercados não é alternativa a um segundo resgate. É uma perigosa alternativa porque tal como está a ser desenhado, com as imposições do fundamentalismo financeiro, não diminui a austeridade nem liberta Portugal», afirmou o sociólogo reiterando a intenção do CDA em «denunciar o memorando e renegociar a dívida».
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