Martin Schulz: "Sou contra as sanções a Portugal" - TVI

Martin Schulz: "Sou contra as sanções a Portugal"

O Presidente do Parlamento Europeu admitiu isto mesmo no Congresso do Partido Socialista, que se realiza este fim de semana na Feira Internacional de Lisboa. Schulz deixou elogios ao PS de António Costa, que entende dar "esperança à família socialista na Europa".

O Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, admitiu que é contra a aplicação de sanções da Comissão Europeia a Portugal. Convidado do Congresso do Partido Socialista, que se realiza este fim de semana na Feira Internacional de Lisboa, Schulz tomou a palavra para deixar elogios ao PS de António Costa, que "dá esperança à família socialista na Europa".

"Sou contra as sanções a Portugal", reiterou, de forma perentória, destacando os sacrifícios dos portugueses ao longo dos últimos anos.

As palavras de Sculz arrancaram muitos aplausos dos socialistas, numa altura em que a sala onde decorria a reunião magna do partido começava a ficar mais composta - depois de o debate com Pacheco Pereira, Ana Drago e Pedro Silva Pereira ter apresentado ainda muitos lugares por preencher.

Na sua saudação ao congresso, Martin Schulz começou por destacar que o Partido Socialista em Portugal está a dar esperança à família socialista na Europa, defendendo medidas que contribuem para uma maior justiça social. Porque é isso que falta à Europa, defendeu, apelando a uma maior solidariedade entre os estados da União Europeia.

"O Partido Socialista de Portugal está a dar esperança a toda a família socialista na Europa. O que precisamos na U.E. é de mais justiça social. Somos a parte mais rica do mundo, mas a distribuição de riqueza na Europa não é justa. Precisamos de mais solidariedade entre os países da U.E, entre os europeus."

Schulz destacou que essa solidariedade e cooperação europeia é necessária para a o velho continente responder aos desafios que surgem em várias frentes, como a evasão fiscal, o terrorismo ou as alterações climáticas.

"Precisamos de mais cooperação europeia para combater as alterações climáticas, para combater o terrorismo, para combater a evasão fiscal".

E claro, para fazer face à crise de refugiados. O Presidente do Parlamento Europeu destacou a solidariedade do Governo português que aceitou acolher mais refugiados do que o inicialmente previsto, quando outros estados europeus se recusaram a integrar estas pessoas. "Quero apresentar os meus agradecimentos e a minha gratidão", afirmou.

A este propósito, Schulz revelou que visitou uma localidade portuguesa que acolheu refugiados e que o que encontrou foi um exemplo de integração a seguir: um local onde as crianças refugiadas brincam com as crianças portuguesas.

Veja aqui os principais tópicos do congresso do PS

 

Governo de Costa é exemplo para família socialista europeia

O Presidente do Partido Socialista Europeu, Sergei Stanishev, foi outro dos convidados do congresso. Stanishev afirmou que o Governo de António Costa é um exemplo para a família socialista europeia. 

"O que estão a fazer aqui em Portugal é muito importante, é um exemplo para o Partido Socialista Europeu." 

Mais, Stanishev disse mesmo que a luta contra a austeridade na Europa só pode ser feita com "a união de forças progressistas", como aconteceu em Portugal através da aliança entre o PS e os partidos à sua esquerda. "Só podemos combater a austeridade se unirmos todas as forças progressistas nos nossos países e na Europa", defendeu.

Falou sobre os desafios da União Europeia, referindo questões como o terrorismo, as migrações ou o desenvolvimento económico, e alertou para as consequências de um discurso "populista" em tempos de crise e instabilidade. Pode levar à criação de "monstros", avisou.

Por isso, apelou a uma Europa unida, a uma só voz.

"Queremos uma Europa unida e livre. Temos que cumprir certas condições: temos de estar unidos, a uma só voz, levar a nossa agenda, de forma unida. (..) Devemos dizer que não concordamos com jogos políticos, que queremos uma Europa solidária, não uma Europa onde as instituições se punem umas às outras."

O Presidente do Partido Socialista Europeu despediu-se de António Costa com um apelo concreto, em português.

"Por favor, não desistas, Por favor, continua o trabalho porque Portugal pode ser um exemplo. Boa sorte António, boa sorte Portugal."

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