Moção de António Costa aprovada no congresso do PS - TVI

Moção de António Costa aprovada no congresso do PS

Para além da moção "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança", do atual secretário-geral e primeiro-ministro, foi apresentada outra, por Daniel Adrião, intitulada "Resgatar a democracia"

Depois de cerca de 13 horas de trabalhos, com mais de uma centena de intervenções, de uma surpresa - António Guterres - e da esperada intervenção do crítico da geringonça, Francisco Assis - o 21º Congresso do Partido Socialista aprovou a moção apresentada pelo atual líder, António Costa, "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança". "Não subsistem dúvidas", disse o Presidente do PS, Carlos César, sem detalhar os resultados - constatando-se que pelo número de cartões levantados foi por larga maioria.

Antes, Pedro Silva Pereira tomou a palavra para defender a moção de António Costa, já que o líder do partido só falou na sexta-feira. O eurodeputado socialista aproveitou o momento para responder às críticas de Francisco Assis, defendendo que o acordo à esquerda foi a melhor solução. "Acordos não geram reféns", mas "parceiros", sublinhou.

"Desejo dirigir uma calorosa saudação demcorática ao Francisco Assis que aqui veio com elaldade confirmar que o PS é um partido livre, de homens e mulheres livres e de homens e mulheres sem medo. (..) O acordo à esquerda foi a melhor solução, a melhor solução para responder à vontade dos eleitores (..) Os acordos não geram reféns, geram parceiros".

Acordos à esquerda ou geringonça, que tem sido, de resto, a palavra mais utilziada para designar a solução governativa atual. É uma palavra usada sem complexos desde o primeiro momento deste congresso. O drama à volta da mesma até faz rir Manuel Alegre.

A votação, estava ainda uma outra moção, apresentada por Daniel Adrião, com o título "Resgatar a democracia". O próprio disse desde o início que nunca quis disputar a liderança do PS, mas considera que é necessário discutir o futuro do partido e do país. Na reunião magna dos socialistas, disse deixou expresso que entrou a jogo não pela crítica, mas sim por um movimento "de massa crítica". Até elogiou Costa em diversos campos, mas apontou-lhe "os erros" que o fizeram ter o "imperativo de cidadania" de apresentar uma moção própria. 

Os seus dois principais objetivos são mudar o funcionamento interno do PS e alterar a lei eleitoral, o que Costa recusa liminarmente nesta legislatura. Uma das propostas passa pela abertura das eleições primárias a simpatizantes. Escreveu-o preto no branco e, no palco do congresso, dirigiu-se olhos nos olhos a António Costa, para lhe lembrar o que aconteceu há ano e meio quando fez cair António José Seguro:

"A tua vitória nas primárias deu-te mais legitimidade, do que estas últimas diretas".

Deixou, de resto, a sua manifestação de orgulho pelo trabalho de Seguro, bem como de Mário Soares, Jorge Sampaio e António Guterres. Não esqueceu José Sócrates, o único a quem enviou, inclusive, um abraço. Foi recebendo alguns aplausos, embora com pouco impacto, durante a sua intervenção.

Os trabalhos desta reunião magna dos socialistas serão retomados este domingo pelas 09:30, com as votações para os órgãos nacionais.

A meio da manhã, pelas 11:30, será a vez da apresentação das moções sectoriais (entre elas, temas fraturantes como a eutanásia, a legalização da prostituição, a despenalização das drogas leves e o limite ao salário dos gestores).

O 21º congresso do partido terminará com a invertenção do secretário-geral, António Costa.

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