A sala estava praticamente vazia quando Augusto Santos Silva subiu ao palco do XVI Congresso do PS para discursar. O destacado socialista não malhou em ninguém, mas falou em forças de bloqueio.
«Temos de combater e vencer democraticamente todos aqueles que querem substituir o debate das ideias e o confronto entre propostas por operações de perseguição política pessoal, de calúnia e difamação», declarou, introduzindo novas acusações: «Temos de enfrentar e vencer politicamente todos os cúmplices dos bloqueamentos e esses são as forças conservadoras de todas as matrizes, digam-se à esquerda, à direita ou à esquerda».
Santos Silva não se cansa de dizer que o PS representa a «esquerda europeísta, moderna, progressista, portadora da mudança e do progresso em Portugal. O nosso modelo não é a Coreia do Norte mas a União Europeia», vincou, marcando a diferente para o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda.
O ministro dos Assuntos Parlamentares assenta o seu discurso no sentimento da opinião pública: «Temos mais aliados do que adversários. O povo português que diz em todas as sondagens de opinião que quer que o PS vença as eleições e que seja José Sócrates a liderar».
Edmundo Pedro lamenta-se
Por falar em «malhar», sensivelmente antes de Santos Silva discursar foi a vez de Edmundo Pedro, que precisamente criticou as declarações do ministro, falando em «medo» dentro do partido.
Explicando as suas declarações, falou em «fantasia e especulação puras». «Nunca senti que José Sócrates tivesse medo ou metesse medo a alguém», frisou, pouco depois de ter dado um grande abraço a José Sócrates.
Negra, campanha negra
Presença sempre notada é o líder da UGT, João Proença, que manifestou a sua solidariedade «política e pessoal» por José Sócrates. Até falou da tal campanha negra que tem vindo a marcar o Congresso: «Quero manifestar a minha total solidariedade política e pessoal ao secretário-geral do PS pela campanha negra de que está a ser alvo».
De resto, elogiou os esforços para resolver problemas na área social. «A aposta do primeiro-ministro na concertação social não teve o seguimento devido em áreas sectoriais», vincou.
Santos Silva não malhou em ninguém, mas falou de perseguição
- Filipe Caetano
- Sara Marques e Catarina Pereira
- 28 fev 2009, 14:04
Ministro dos Assuntos Parlamentares discursou perante uma sala quase vazia
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