Manuel Alegre acusa coligação de ter posto “Portugal de joelhos” - TVI

Manuel Alegre acusa coligação de ter posto “Portugal de joelhos”

  • Redação
  • PO - Notícia atualizada às 18:48
  • 6 jun 2015, 18:25

Para Manuel Alegre, "António Costa e o PS têm uma oportunidade única para mudar Portugal e ajudar a mudar a Europa"

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O histórico militante do PS Manuel Alegre acusou hoje a atual maioria de ter colocado "Portugal de joelhos", instou o partido a "falar socialista em vez de "’tecnocratês’" e lamentou o Presidente da República "de fação".

"Eles não pensam em Portugal acima de tudo, eles puseram Portugal abaixo de tudo, puseram Portugal de joelhos. Assumem sem pudor o fundamentalismo ideológico do neoliberalismo. Nós não somos Syriza, mas também não seremos PASOK. Somos socialistas, portugueses e com orgulho", afirmou citado pela agência Lusa.

Alegre discursava no segundo dia de convenção nacional do PS para aprovação do programa eleitoral para as eleições legislativas deste ano, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

O antigo deputado criticou as opções do executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas relativamente à venda da TAP, à constitucionalização de limites de endividamento ou à recondução do governador do Banco de Portugal.

"Temos de governar pelas pessoas, os direitos sociais, o combate à desigualdade e a defesa da Constituição contra a qual a direita governou, com a bênção de Cavaco Silva", disse, originando a primeira de duas grandes vaias da plateia, sempre que referiu o nome do Presidente da República.

Para Manuel Alegre, "a verdadeira ‘troika' é constituída por PSD, CDS e Cavaco Silva".


"Não temos de pedir desculpa por ser quem somos, não temos de andar disfarçados nem falar uma língua que não e a nossa. Não temos de falar ‘tecnocratês'. Vamos falar português, vamos falar socialista", incitou, apelando para a concentração na defesa do Serviço Nacional de Saúde, do ensino público, dos direitos de trabalhadores e pensionistas e das minorias.


Manuel Alegre diz que a Europa de Maastricht caiu em cima dos socialistas


O ex-candidato presidencial Manuel Alegre considerou neste sábado que a Europa do Tratado de Maastricht, "neoliberal e do centralismo burocrático", caiu em cima dos socialistas, assim como o Muro de Berlim com os comunistas.

Manuel Alegre falava no penúltimo discurso da Convenção Nacional do PS, momentos antes de ser votado o programa eleitoral dos socialistas, numa intervenção em que defendeu a tese de que a União Europeia, tal como está, "favorece o centro direita".

"Esta Europa está assim também - temos de o reconhecer e dizer - por culpa daqueles socialistas que abdicaram, que não resistiram, ou que aplicaram políticas que não fizeram a diferença, nem criam alternativa. Se num determinado momento o Muro de Berlim caiu em cima dos comunistas, a Europa de Maastricht e da autoridade, como previram Miguel Torga e Natália Correia, está a cair em cima dos socialistas", disse citado pela agência Lusa.

Para Manuel Alegre, "António Costa e o PS têm uma oportunidade única para mudar Portugal e ajudar a mudar a Europa".

"A porta é estreita, mas é por essa porta estreita que é preciso fazer passar a diferença. A primeira vitória desta Convenção é demonstrar que não estamos condenados ao pensamento único", declarou, recebendo uma salva de palmas.


As primeiras palavras de Manuel Alegre foram também muito aplaudidas pela plateia: "Não venho aqui dizer que já ganhámos as eleições, venho aqui dizer que Portugal precisa que o PS ganhe as eleições".

Para o membro do Conselho de Estado, os trabalhadores, os jovens, os desempregados, empresários ou pensionistas "precisam que o PS ganhe as eleições".

"Precisam que esta direita seja castigada e derrotada e que Portugal tenha um novo primeiro-ministro chamado António Costa", acrescentou.

O ex-candidato presidencial independente e poeta aconselhou ainda o líder socialista, António Costa, a falar para os "muitos que não acreditam", os “milhões de portugueses que sofreram estas políticas, os acabrunhados, os que se interrogam sobre se vale a pena votar no PS", transmitindo-lhes a "alegria e gosto do combate político".

"Com calor e de mãos inteiras. É assim que António Costa tem de estar, pela vitória e pela maioria absoluta", afirmou, citando outro poeta, Orlando Costa.


 
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