CDS sem garantias de que as suas propostas serão acolhidas no plano de estabilização - TVI

CDS sem garantias de que as suas propostas serão acolhidas no plano de estabilização

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  • RL/SS - atualizada às 13:53
  • 26 mai 2020, 12:51

Francisco Rodrigues dos Santos salientou que “não foi celebrado nenhum tipo de compromisso” na audiência com o primeiro-ministro e membros do Governo. Por sua vez, o presidente da Iniciativa Liberal considerou que encontrou sinais positivos, mas também outros preocupantes, naquilo que ouviu na reunião com o primeiro-ministro

O presidente do CDS-PP indicou esta terça-feira que não tem garantia por parte do Governo de que as propostas que apresentou serão acolhidas no orçamento suplementar e salientou que “não foi celebrado nenhum tipo de compromisso”.

Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas no final de uma audiência com o primeiro-ministro e membros do Governo, que decorreu na residência oficial de São Bento, em Lisboa.

Em cima da mesa estava a proposta de programa de estabilização económica e social para atender aos efeitos da crise decorrente da pandemia de Covid-19, que serão refletidas no orçamento suplementar que o Governo disse que ia entregar em junho.

À saída, o líder centrista voltou a elencar as propostas do CDS-PP, entre as quais o prolongamento do ‘lay-off’ simplificado até ao final do ano, a criação de um mecanismo de acerto de contas entre o Estado e os contribuintes ou a diminuição de impostos.

“Eu não tive garantias de que nenhuma destas propostas apresentadas pelo CDS viria a ser implementada mais adiante, portanto, aguardamos pelas declarações do senhor primeiro-ministro acerca desta matéria”, salientou Francisco Rodrigues dos Santos, ressalvando que em algumas áreas, “esse não será o caminho seguido pelo Governo”.

De acordo com o presidente do CDS, “não foi celebrado nenhum tipo de compromisso”.

Por isso, o partido quer esperar para conhecer a proposta que o Governo vai apresentar à Assembleia da República, antes de tomar uma decisão sobre como irá votá-lo.

“Estamos na expectativa para perceber em que termos é que será feito o orçamento retificativo e, como compreenderão, um partido institucional e responsável como o CDS não se pronuncia se aprovará ou não aprovará um orçamento retificativo antes de o conhecer”, vincou o líder democrata-cristão.

 

IL destaca sinais positivos, mas também preocupantes 

Por sua vez, o presidente da Iniciativa Liberal (IL) considerou que encontrou sinais positivos, mas também outros preocupantes, naquilo que ouviu na reunião com o primeiro-ministro, no que toca à estratégia do Governo para combater a crise provocada pela pandemia.

Questionado se saiu da reunião mais aliviado ou mais preocupado em relação ao futuro, o líder da IL respondeu que “nem uma coisa nem outra”.

O que ouvimos dá-nos um sinal positivo e um sinal preocupante. O sinal positivo é que me parece que o Governo está suficientemente aberto a ouvir alternativas, para não se fechar em nenhuma reserva demasiado rígida ou ideológica, ou outra”, disse.

Apontando que “há abertura” da parte do Governo para ouvir as opiniões dos partidos quanto ao caminho a adotar, Cotrim Figueiredo confidenciou que esta foi “uma conversa franca”.

Mas, ao mesmo tempo, parece-nos que aquilo que já criticámos durante as primeiras semanas desta epidemia, que era uma certa falta de sentido de urgência e de determinação, continua lá”, criticou.

Para o deputado único da IL, “parece haver ainda demasiada expectativa em relação ao próximo dado, à próxima decisão que vossa vir, por exemplo, da Europa, ao próximo impacto de uma decisão na popularidade”.

“Acho que ainda há demasiado cálculo e demasiada falta de urgência para aquilo que o próprio Governo reconhece que seria ideal, que é colocar aquilo que será um ponto de partida para uma nova fase de crescimento, quer em Portugal, quer na Europa e em outros países, em que temos de chegar a esse momento na linha da frente desses países”, insistiu.

Neste ponto, João Cotrim Figueiredo advogou que “vai haver concorrência pelas oportunidades” que se gerarem, que vão “estar disponíveis para todos” e “vão-se esgotar depois daqueles que lá primeiro chegarem as aproveitarem”.

Por isso, entende que “um maior sentido de urgência faria falta neste momento”, porque esta crise, provocada pela pandemia de Covid-19, “vai ser a mais profunda de que há memória”.

Na sua ótica, esta pode ser também uma oportunidade para algumas reformas mais profundas em sistemas como a saúde e a justiça, destacando que a Iniciativa Liberal mantém a disponibilidade para ajudar o Governo.

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