Marcelo justifica estado de emergência: "A pressão nos cuidados intensivos é preocupante" - TVI

Marcelo justifica estado de emergência: "A pressão nos cuidados intensivos é preocupante"

Presidente da República espera que uma "possível exceção" no Natal não provoque "descontrolo mais tarde"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou esta sexta-feira a renovação do Estado de Emergência, que vai decorrer entre as 00:00 do dia 9 dezembro e as 23:59 de 23 de dezembro.

Em declaração ao país, Marcelo Rebelo de Sousa indicou três razões decisivas para a renovação do Estado de Emergência:

Apesar da nova descida da taxa de transmissão do vírus e de sinais claramente positivos de desacelaração na média de número de casos, continua, neste momento, preocupante a pressão nos internamentos e nos cuidados intensivos, assim como elevado o número de mortes", começou por referir.

O documento prevê já uma posterior renovação por mais 15 dias que abranja o período do Natal e a passagem de ano e que vigorará de 24 de dezembro até 07 de janeiro.

Marcelo destacou que o objetivo essencial do Governo "é ter um ano de 2021 que nos permita esquecer rapidamente o ano de 2020".

Espírito de Natal , mas sem riscos

Apesar de referir que "a ideia não é pôr em causa o espírito do Natal", Marcelo alertou que "toda a facilidade é errada" e que "toda a prevenção é relativa". 

A procura de um regime menos intenso no Natal, a verificar-se, destinar-se-á a permitir às famílias o tão legitimamente esperado encontro, evitando ao mesmo tempo abrir a porta a um descontrolo mais tarde, com um custo elevadíssimo duas ou três semanas mais tarde, isto é, em janeiro"​​​​, justificou Marcelo. 

O objetivo é viver o Natal, “mas sem a concentração num momento único e com respeito acrescido das regras que possam prevenir contágios familiares generalizados”, explicou Marcelo.

Marcelo Rebelo de Sousa reforçou o alerta para as possíveis consequências de um relaxamento excessivo no Natal, considerando que "é obviamente do interesse de todos que janeiro possa haver uma consolidação dos passos dados em dezembro e não uma nova e frustrante subida que acabe por acentuar a dimensão de uma temida terceira vaga".

O chefe de Estado deu ainda uma palavra de força aos emigrantes portugueses e apelou, "para aqueles que cá vivemos, como para os que chegam para as Festas", para "não desperdiçar tamanha compreensão e tão pesados sacrifícios" feitos até agora.

Tudo isto para pouparmos confinamentos totais, ainda que localizados", frisou.

Presidente desaconselha "expectativas excessivas" quanto à vacinação

Marcelo Rebelo de Sousa desaconselhou "expectativas excessivas" quanto à vacinação, referindo que esse processo levará "vários meses", mesmo para os grupos prioritários.

O que se sabe acerca de vacinas, nomeadamente das duas primeiras a aguardarem aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (AEM) confirma o que aqui disse a 20 de novembro: a sua chegada a todos os portugueses que a queiram receber, sem exclusão de ninguém, muito menos por guetos de idade, obedece a calendários prolongados no tempo", disse.

O chefe de Estado salientou que "é, pois, uma matéria de vários meses, não de dias ou de semanas, mesmo para os projetados grupos prioritários".

É bom que isto fique claro para que se não criem expectativas excessivas e, portanto, desilusões imediatas. Logo, toda a facilidade é errada e toda a prevenção é imperativa, ao longo de dezembro como no arranque de 2021", acrescentou.

 

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