Seguro crítico: «Isto não são maneiras de governar» - TVI

Seguro crítico: «Isto não são maneiras de governar»

António José Seguro (Lusa/André Kosters)

Secretário-geral do PS comenta hipótese de cortes salariais na administração pública

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ATUALIZADO ÀS 13:15

O secretário-geral do PS reagiu com indignação à possibilidade de o Governo avançar com um corte salarial na administração pública, considerando que lançar «incerteza» e «medo» aos portugueses não é maneira de governar. António José Seguro falava aos jornalistas à entrada para a Comissão Nacional do PS, a primeira reunião após o congresso socialista em que foi reeleito com mais de 96 por cento dos votos.

«Isto não são maneiras de governar», reagiu António José Seguro, depois de confrontado com a notícia do semanário Expresso, segundo a qual o Governo prepara um corte médio salarial de quatro por cento nos trabalhadores da administração pública - medida que estará inscrita na sétima avaliação da troika.

De acordo com o líder do PS, essas medidas «gravosas» que o Governo poderá estar a preparar «não tirarão Portugal da atual crise». «Mas isto não são maneiras de governar. Os portugueses sabem pelos jornais das intenções do Governo», declarou António José Seguro, usando então um tom de indignação.

Neste contexto, o líder socialista referiu-se ao que o executivo de coligação PSD/CDS «está a fazer» aos reformados e pensionistas: «O Governo põe uma taxa [de sustentabilidade sobre reformados e pensionistas] que vincula o Estado Português. A seguir, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros [Paulo Portas] vem dizer que não, que essa taxa não é para aplicar, mas o primeiro-ministro diz que há uma margem, uma folga. Depois, afinal, verifica-se que não há margem, que não há folga e que essa taxa continua a vincular o Estado Português».

O secretário-geral do PS deixou então uma exigência ao Governo: «Parem de lançar a incerteza e o medo sobre os portugueses, em particular sobre classes vulneráveis, portugueses que trabalharam uma vida inteira, que merecem sossego e que são o sustento de muitos dos seus filhos e netos».

«Muitas destas notícias que são colocadas num jornal, numa rádio ou numa televisão só servem para criar incerteza e medo. O país precisa de um Governo que dê confiança, que respeite os portugueses e que acabe com uma política de austeridade, concentrando-se numa estratégia de emprego e crescimento económico», contrapôs.

Interrogado sobre o facto de Francisco Assis passar a integrar a direção do PS por si liderada e de o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, aceitar encabeçar a lista única deste partido para a Comissão Política, António José Seguro referiu que essas mudanças nos órgãos internos partidários «têm um simbolismo muito forte».

«Num momento em que se assiste à degradação do Governo, os portugueses podem confiar no PS, que é um partido unido e que tem propostas para resolver os problemas do país. O grande desafio que temos todos é o de continuar a oferecer uma alternativa para o país e através dela merecer a confiança dos portugueses», acrescentou.

«Nem para cair é incompetente

Disse, ainda, que o Governo está em desagregação e que nem a cair é competente, num discurso em que advertiu os socialistas de que as eleições autárquicas «não serão um passeio» e exigirão trabalho.

Estas posições, segundo fontes socialistas contactadas pela agência Lusa, foram assumidas por António José Seguro no discurso que proferiu perante a Comissão Nacional do PS, em Setúbal.

«As eleições autárquicas vão exigir muito trabalho», disse, citado por fonte socialista.

No seu breve discurso, António José Seguro também se referiu aos recentes convites que têm sido feitos pelo Governo para o diálogo político, designadamente em matéria de políticas de crescimento económico. Neste contexto, Seguro voltou a defendeu que o local para conversações políticas deve ser a Assembleia da República.
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