Na sua intervenção no debate parlamentar relativo ao Orçamento do Estado para 2022, João Cotrim de Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, afirmou que a Geringonça "já morreu", em resposta, o primeiro-ministro reconhece "frustração pessoal" com o eventual fim da solução política.
João Cotrim de Figueiredo afirma que o "Governo tenta esconder um facto óbvio: vemos que Portugal está sistematicamente nos últimos lugares dos rankings. Não só não irá convergir, como irá divergir para além de 2022".
“Aconteça o que acontecer, e mesmo na hipótese, que hoje parece remota, de o orçamento vir a passar amanhã, é certo que a geringonça já morreu. Por mim, paz à sua alma, mas posso dizer que é obviamente uma derrota pessoal sua”, disse o deputado único da Iniciativa Liberal.
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O dirigente liberal acusou ainda o Governo de não ter feito um documento "amigo das empresas privadas e das famílias", reiterando que "o SNS há três meses era exemplar, agora todos dizem que se está a desmoronar. Tenho pena de não podermos vir a apresentar proposta de reforma estrutural do SNS".
Na resposta aos liberais, António Costa afirma que, “se a maioria que se formou em novembro de 2015 se considerar esgotada e que não tem mais caminho para andar”, isso será “uma enorme frustração pessoal”.
De facto é verdade. Se a maioria que se formou em novembro de 2015 se considerar esgotada e que não tem mais caminho para andar, isso para mim é uma frustração pessoal. Assumo isso”, confessou o primeiro-ministro.
Costa reconhece, ademais, que acreditou que a maioria "tinha enorme potencial", não só como resposta ao governo PSD/CDS, mas também como solução para "construir um futuro robusto para o país".
“Assumo isso porque efetivamente acredito e acreditei desde o princípio que esta maioria tinha um enorme potencial, um potencial que ia muito para além de desfazer aquilo que o PSD e o CDS tinham feito, mas um potencial para construir um futuro robusto para o nosso país. Se se verificar que isto não é assim é mesmo uma frustração pessoal. Isso não tenho nenhum pejo em reconhecer”, assumiu.
No arranque do debate de apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, o primeiro-ministro fez questão de lembrar que o documento original já sofreu várias alterações com base nas negociações feitas à esquerda.
Nos últimos meses, como é publico, o Governo manteve um diálogo negocial com as senhoras deputadas não-inscritas, com o PEV, com o PAN, com o PCP e com o Bloco de Esquerda. Estas negociações tiveram já expressão na versão original da proposta de lei do Orçamento do Estado", disse.
Mas o tom subiu. António Costa não deixou de atirar farpas ao PCP e ao Bloco de Esquerda, dizendo que não há "passe mágico" que possa colocar em causa a sustentabilidade do país e que também não negoceia com base em chantagens ou ultimatos.
Pedem-nos um passe de mágica, mas não há passe de mágica que nos permita ultrapassar o sentido de responsabilidade, do equilíbrio e da defesa do interesse nacional."