Costa reconhece "frustração pessoal" com eventual fim da maioria de esquerda - TVI

Costa reconhece "frustração pessoal" com eventual fim da maioria de esquerda

  • Pedro Falardo
  • Com HCL
  • 26 out 2021, 17:33

No debate parlamentar, o primeiro-ministro assumiu que será “uma enorme frustração pessoal” caso se confirme o fim da maioria de esquerda formada em 2015

Na sua intervenção no debate parlamentar relativo ao Orçamento do Estado para 2022, João Cotrim de Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, afirmou que a Geringonça "já morreu", em resposta, o primeiro-ministro reconhece "frustração pessoal" com o eventual fim da solução política.

João Cotrim de Figueiredo afirma que o "Governo tenta esconder um facto óbvio: vemos que Portugal está sistematicamente nos últimos lugares dos rankings. Não só não irá convergir, como irá divergir para além de 2022".

“Aconteça o que acontecer, e mesmo na hipótese, que hoje parece remota, de o orçamento vir a passar amanhã, é certo que a geringonça já morreu. Por mim, paz à sua alma, mas posso dizer que é obviamente uma derrota pessoal sua”, disse o deputado único da Iniciativa Liberal.

O dirigente liberal acusou ainda o Governo de não ter feito um documento "amigo das empresas privadas e das famílias", reiterando que "o SNS há três meses era exemplar, agora todos dizem que se está a desmoronar. Tenho pena de não podermos vir a apresentar proposta de reforma estrutural do SNS".

Na resposta aos liberais, António Costa afirma que, “se a maioria que se formou em novembro de 2015 se considerar esgotada e que não tem mais caminho para andar”, isso será “uma enorme frustração pessoal”.

De facto é verdade. Se a maioria que se formou em novembro de 2015 se considerar esgotada e que não tem mais caminho para andar, isso para mim é uma frustração pessoal. Assumo isso”, confessou o primeiro-ministro.

Costa reconhece, ademais, que acreditou que a maioria "tinha enorme potencial", não só como resposta ao governo PSD/CDS, mas também como solução para "construir um futuro robusto para o país".

“Assumo isso porque efetivamente acredito e acreditei desde o princípio que esta maioria tinha um enorme potencial, um potencial que ia muito para além de desfazer aquilo que o PSD e o CDS tinham feito, mas um potencial para construir um futuro robusto para o nosso país. Se se verificar que isto não é assim é mesmo uma frustração pessoal. Isso não tenho nenhum pejo em reconhecer”, assumiu.

No arranque do debate de apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, o primeiro-ministro fez questão de lembrar que o documento original já sofreu várias alterações com base nas negociações feitas à esquerda. 

Nos últimos meses, como é publico, o Governo manteve um diálogo negocial com as senhoras deputadas não-inscritas, com o PEV, com o PAN, com o PCP e com o Bloco de Esquerda. Estas negociações tiveram já expressão na versão original da proposta de lei do Orçamento do Estado", disse.  

Mas o tom subiu. António Costa não deixou de atirar farpas ao PCP e ao Bloco de Esquerda, dizendo que não há "passe mágico" que possa colocar em causa a sustentabilidade do país e que também não negoceia com base em chantagens ou ultimatos. 

Pedem-nos um passe de mágica, mas não há passe de mágica que nos permita ultrapassar o sentido de responsabilidade, do equilíbrio e da defesa do interesse nacional."

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