João Soares apela ao PS que repense comemoração do 25 de Abril. "Não admito que me chamem facho" - TVI

João Soares apela ao PS que repense comemoração do 25 de Abril. "Não admito que me chamem facho"

  • 19 abr 2020, 09:51

Ex-ministro escreveu no Facebook que acha "um disparate persistir na ideia da sessão comemorativa" no parlamento em tempos de confinamento

João Soares manifestou-se contra o modelo de comemoração do 25 de Abril, que decorrerá no parlamento, tendo feito no Facebook um apelo ao PS, "porque ainda há tempo", para que o partido reveja "a decisão infeliz que tomaram". 

Com todo o respeito por quem tem opinião contraria acho um disparate persistir na ideia da sessão comemorativa do 25 de Abril na AR no modelo tradicional. E previno já não admito que me chamem facho, ou que insinuem que não estou com o 25 de Abril por exprimir esta minha opinião", escreve o ex-ministro, que cita o ex-deputado socialista e professor universitário Luiz Fagundes Duarte num texto, escrito também no Facebook, em que este diz que a AR, "com o seu presidente à cabeça e a pronta anuência do Presidente da República, conseguiu o que não passaria pela cabeça de um cão tinhoso: pôr uma boa parte dos portugueses contra as comemorações do 25 de Abril. Não sei o que lhes deu para, com o país em estado de emergência e a maioria da população em confinamento doméstico, decidirem comemorar o 25 de Abril seguindo o figurino utilizado em tempos normais".

João Soares acrescenta: "Sou um indefetível da nossa revolução. Até já tive a honra e o prazer de falar, por duas vezes, em cerimónias do 25 de Abril na AR. Pelo PS, claro. De que também sou um indefetível. Faço um apelo porque ainda há tempo. Revejam a decisão infeliz que tomaram, e venham para as janelas e varandas de vossas casas, locais de trabalho, hospitais, cantar connosco a Grândola e a Portuguesa às 15 horas de 25 de Abril de 2020. Liberdade, Igualdade, e Fraternidade. Viva o 25 de Abril", termina o ex-ministro. 

 

Devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, a Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.

A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.

Entretanto, o líder do CDS-PP já avisou que não estará na Assembleia da República por considerar que a cerimónia dá "um péssimo exemplo aos portugueses" e foi lançada uma petição contra a comemoração no parlamento. Mas Manuel Alegre lançou entretanto outra petição em resposta, defendendo as celebrações previstas. 

A democracia não está nem pode ser suspensa. Saudamos a homenagem que o povo e o Parlamento prestam ao 25 de Abril", refere o texto de lançamento da petição, que pelas 08:30 de hoje contava com 8.445 assinaturas.

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