Marcelo defende que "não há lugar para querelas institucionais durante pandemias" - TVI

Marcelo defende que "não há lugar para querelas institucionais durante pandemias"

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  • HCL - atualizada às 20:21
  • 28 set 2020, 19:52

No atual contexto de pandemia, defende o Presidente da República, "não há lugar para o chefe de Estado dizer uma coisa, o chefe do Governo dizer outra, o Governo dizer outra e o parlamento votar outra. No encerramento da 5.ª Cimeira do Turismo, na Fundação Calouste Gulbenkian, Marcelo apelou ainda para que os portugueses continuem a fazer turismo em Portugal

O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que "não há lugar para querelas institucionais durante pandemias" e que nesta conjuntura a estabilidade se deve sobrepor aos ciclos eleitorais e a "visões particularistas ou de promoção pessoal".

Essa é uma lição que nós aprendemos antes da pandemia, mas que nós desenvolvemos com a pandemia: não há lugar para querelas institucionais durante pandemias, não há lugar para querelas institucionais no decurso de uma gravíssima crise económica e social", afirmou o chefe de Estado, no encerramento da 5.ª Cimeira do Turismo, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa, que está nos últimos seis meses do seu mandato e remeteu para novembro uma decisão sobre a sua eventual recandidatura nas presidenciais de 2021, considerou que no atual contexto "não há lugar para o chefe de Estado dizer uma coisa, o chefe do Governo dizer outra, o Governo dizer outra e o parlamento votar outra e as autoridades regionais ou locais fazerem o contrário".

Não é o problema de alguém se encostar mais ou menos a quem quer que seja. É questão de olhar para o interesse nacional e perceber que numa situação, não é crítica, é muito crítica, é fundamental a estabilidade", acrescentou o chefe de Estado, argumentando que nos países onde houve instabilidade durante a atual pandemia de covid-19 "a gestão foi péssima, está a ser péssima e será péssima".

Segundo o Presidente da República, neste momento os cidadãos querem ver nas posições dos diferentes responsáveis políticos, "para além da diversidade própria da democracia, uma linha de rumo que significa que se coloca acima de interesses particularistas de ciclos eleitorais, de posições pessoais, o interesse coletivo".

Porque a pandemia, pasme-se, não conhece ciclos eleitorais, porque a pandemia não conhece sensibilidades político-doutrinárias ou ideológicas, porque a pandemia não conhece visões particularistas ou de promoção pessoal ou de afirmação pessoal. E, normalmente, as crises económicas e sociais também não", argumentou Marcelo Rebelo de Sousa, observando, em tom irónico: "Talvez seja uma falha, mas é a realidade sanitária e é a realidade económica e social".

 

Marcelo pede aos portugueses que continuem a fazer turismo em Portugal

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu aos portugueses que continuem a fazer turismo em Portugal até ao fim do próximo verão, para ajudar esse setor e também a restauração e o comércio.

Não tenham pressa em conhecer o resto do mundo. Tenham pressa em conhecer melhor Portugal", afirmou o chefe de Estado.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "esta fase é a mais difícil" da crise provocada pela pandemia de covid-19, que se prolongará por "seis meses, sete meses", e por isso "é muito importante contar com o turismo português no próximo ano e, em particular, até ao fim do próximo verão".

É aí que tudo se joga", defendeu.

Dirigindo-se aos portugueses, o Presidente da República considerou que "foram extraordinários ao viajarem neste verão, ao percorrerem o país, ao contribuírem para preencher uma parte do vazio deixado pelos estrangeiros que não vieram, ao não irem para o estrangeiro ficando em Portugal, ao descobrirem maravilhas em Portugal".

Continuem a fazer o mesmo, daqui até ao fim do ano e na passagem do ano. E o mesmo daí até à Páscoa. E, se tiverem férias, ou se tiverem uns dias, ou uns fins de semana longos, nesse tempo, sobretudo na Páscoa. E depois, ao planearem as férias de verão do ano que vem", apelou.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu-lhes que "comecem a pensar nisso com tempo, para com tempo darem horizonte de segurança ao turismo em Portugal, e à restauração, e a uma parte do comércio, e outras atividades que estão obviamente entre si ligadas, e outros tantos serviços".

Há um ano, a vossa preocupação, de alguns de entre vós - penso eu, apesar de tudo, uma minoria - era ter-se turistas a mais. A nossa preocupação neste ano é termos turistas a menos, neste ano e no próximo ano. Pois então, os portugueses comecem eles próprios por serem turistas na sua terra", insistiu.

 

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