"O PS congratula-se com o facto de ter sido alcançado um acordo durante a madrugada de hoje [segunda-feira] na cimeira que teve lugar em Bruxelas, o qual permite a manutenção da Grécia como membro da zona euro. Desde a primeira hora a posição do PS foi muito clara: O objetivo essencial passava por um acordo entre as todas as partes que permitisse à Grécia continuar no euro e encetar um caminho de recuperação económica, com indicações sobre a sustentabilidade da dívida pública grega", escreve a líder da Federação de Setúbal do PS.
No mesmo texto, a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS defende que o acordo "só foi possível graças ao forte empenho dos socialistas, que uniram esforços, construíram pontes e demonstraram capacidade negocial em todos os momentos".
"Na última semana, o secretário-geral do PS [António Costa] participou em várias reuniões de líderes do Partido Socialista Europeu (PSE) e reforçou a necessidade de unidade e de um caminho alternativo, tendo contribuído para um maior empenhamento na evolução de posições da família socialista. Isso permitiu ao PSE unir-se na exigência de uma solução política, evitando o aprofundamento da crise", sustenta Ana Catarina Mendes.
A líder da Federação de Setúbal do PS faz depois uma crítica à atuação do executivo liderado por Passos Coelho ao longo do processo negocial com a Grécia, dizendo que os portugueses esperam "responsabilidade e determinação para encontrar uma solução na Europa, ao contrário do que fez o Governo que tentou colocar obstáculos sucessivos ao desfecho positivo das negociações".
PCP: “processo de chantagem, desestabilização e asfixia financeira”
O PCP criticou também o acordo alcançado para um terceiro programa de ajuda financeira à Grécia, que classificou de “processo de chantagem, desestabilização e asfixia financeira”, acrescentando que tirou partido de “incoerências” do Governo grego.
“Face às decisões da Cimeira do Euro visando o início das negociações de um novo ‘memorando’ para a Grécia, o PCP reafirma a sua condenação do processo de chantagem, de desestabilização e de asfixia financeira promovido pela União Europeia e o FMI visando impor ao povo grego a continuação do endividamento, da exploração, do empobrecimento e da submissão”, afirmou o PCP em comunicado enviado à Lusa.
"Igualdade e de solidariedade não passa de um mito" na União Europeia
Na mesma linha, Os Verdes consideraram "inaceitáveis as imposições feitas pela União Europeia à Grécia", argumentando que a União Europeia "desrespeita a vontade e as aspirações dos povos", nomeadamente a recusa dos gregos expressa em referendo.
"O Partido Ecologista Os Verdes considera inaceitáveis as imposições feitas pela União Europeia à Grécia. Estas imposições são bem demonstrativas de quanto a dita União Europeia de igualdade e de solidariedade não passa de um mito e da forma como a UE desrespeita a vontade e as aspirações dos povos, nomeadamente a recusa de mais austeridade pelo povo grego, claramente expressa no referendo", segundo o comunicado.