PS: Adrião elogia “geringonça” e quer mais cidadãos no “porta-aviões” socialista - TVI

PS: Adrião elogia “geringonça” e quer mais cidadãos no “porta-aviões” socialista

Candidato derrotado a secretário-geral defendeu a solução de Governo com apoio de BE, PCP e PEV, dizendo que é preferível à "máquina trituradora" que foram os executivos PSD/CDS-PP

O socialista e candidato derrotado a secretário-geral Daniel Adrião defendeu esta sexta-feira que a "geringonça", solução de Governo com apoio de BE, PCP e PEV, é preferível à "máquina trituradora" que foram os executivos PSD/CDS-PP.

O antigo dirigente do partido, que falava aos jornalistas à entrada para o 21.º Congresso Nacional "rosa", em Lisboa, desejou maior participação de cidadãos anónimos na vida interna do PS, destacando ser esse o objetivo principal da sua moção de estratégia global "Resgatar a Democracia", que concorre com a do atual primeiro-ministro, António Costa, "Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança".

Achamos que este é um bom Governo. É preferível uma geringonça que possa ter algumas deficiências do que uma máquina trituradora, que foi o que a direita representou ao longo dos últimos anos em Portugal", esclareceu, sublinhando que o PS segue "fiel à sua matriz fundacional, pois sempre foi um partido de esquerda, da esquerda democrática, naturalmente".

Para Adrião, "o PS não é um barquinho de recreio, é um porta-aviões e, como tal, agrega muita gente, traz muita gente atrás de si", das mais variadas "correntes, sensibilidades, tendências" - "é um partido de banda larga".

Estamos aqui para dar um contributo importante para o debate de ideias. Apresentámos uma moção com um único objetivo: contribuir para o debate com propostas importantes para o futuro do partido e do país", continuou, realçando o seu "espírito construtivo".

Daniel Adrião rejeitou a ideia de se tratar de "um movimento de oposição ao líder do partido" ou, "sequer, de crítica", mas antes de "massa crítica", que "pretende acrescentar valor ao PS".

O socialista recusou ainda adiantar nomes que compõem a sua eventual lista à Comissão Nacional até porque "não é um movimento de ‘pop-stars' (estrelas populares)", mas sim "um movimento de cidadãos anónimos que querem dar um contributo cívico para o país".

Queremos romper com esse cordão sanitário que divide os cidadãos da política e do poder. Os cidadãos, independentemente de serem muito ou pouco conhecidos, altos dirigentes, militantes de base, têm direito a participar e apresentar as suas ideias", frisou, pretendendo combater uma "democracia capturada por uma elite cristalizada".

O mesmo Daniel Adrião recordou que "António Costa chegou a secretário-geral eleito num processo de primárias em que participaram 180 mil portugueses" e advogou que "esse processo tem de ter continuidade", daí preconizar a generalização das "primárias alargadas" para a escolha de candidatos a deputados e às autarquias.

A Comissão Nacional do PS, o órgão máximo dos socialistas entre congressos, é eleita no domingo por voto secreto dos delegados, sendo constituída por 251 elementos efetivos.

Daniel Adrião, que obteve há duas semanas 2,7% dos votos nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS e que elegeu diretamente 23 delegados ao congresso, disse que juntou já cerca de quatro centenas de militantes socialistas para poder concorrer autonomamente à Comissão Nacional, à Comissão Nacional de Jurisdição e à Comissão Económica e Financeira.

Continue a ler esta notícia