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Eleições: PS e PSD não cedem

Cavaco Silva conversou com os partidos sobre data das autárquicas e das legislativas

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ACTUALIZADA ÀS 13h41

Almeida Santos foi o primeiro a sair da reunião com o Presidente da República, com o objectivo de auscultar os partidos sobre a data das eleições autárquicas e legislativas. O socialista confirmou que o PS mantém a intenção de realizar os escrutínios em dias diferentes.

«A democracia é importante demais para nos preocuparmos com custos desta dimensão, acho que estão valores sérios demais em jogo para nos preocuparmos com problemas financeiros», disse.

Cavaco aponta vantagens das eleições em simultâneo

O presidente do PS sublinhou as diferenças dos dois actos eleitorais: enquanto nas autárquicas há «uma lógica de proximidade, de conhecimento dos candidatos», nas legislativas há uma «lógica nacional, mais distante», com uma «visão diferente dos problemas que se tratam».

Campanhas «são custos muito pesados»

Acerca de Cavaco Silva, Almeida Santos adiantou que percebeu «o sinal» da posição do Presidente da República, mas que não se irá pronunciar sobre isso. Já Manuela Ferreira Leite assegurou que Cavaco «não deixou entender absolutamente nada».

A presidente do PSD defendeu «veementemente» a realização das eleições em simultâneo: «Ninguém está a pôr em causa a democracia quando se defende que as eleições sejam no mesmo dia, bem pelo contrário, eu considero que a democracia ficará reforçada se a abstenção diminuir.»

Ferreira Leite alegou que as campanhas «são custos muito pesados para o país» e que «existe já uma maturidade democrática que é mais do que suficiente para que as pessoas distingam exactamente em que é que estão a votar».

E que tal 27 de Setembro?

O CDP-PP propôs uma data concreta, 27 de Setembro, para as legislativas. «A democracia tem custos, sendo que neste caso sairá mais barato se as eleições acontecerem em separado do que se acontecerem conjuntamente, não tenho nenhuma dúvida», comentou Nuno Melo.

O deputado acrescentou que «quanto mais cedo acontecerem eleições legislativas, mais cedo teremos um orçamento, que nesta conjuntura não é irrelevante».

Também o Bloco de Esquerda sugeriu esta data. «O efeito de contaminação, da sobreposição de eleições que ocorreu raramente em Portugal e não é a regra, é a excepção, é sempre um efeito de diminuição da clareza democrática e até de partidarização do efeito de contaminação», disse Francisco Louçã.

«Os portugueses devem decidir sobre as eleições que determinam o futuro do Governo do país, como devem fazê-lo sobre o Governo das suas cidades, tendo a possibilidade de um debate específico sobre cada uma dessas eleições», acrescentou.

O líder bloquista fez uma comparação para criticar a posição do PSD sobre os custos: «Aquilo que se poupa ao fazer a sobreposição das duas eleições é aproximadamente o que se gasta nas iluminações de Natal da Avenida da Liberdade.»

PCP e Verdes querem datas diferentes

«A democracia só beneficiaria com duas campanhas, duas batalhas diferenciadas, que levam ao esclarecimento, à mobilização dos portugueses», afirmou Jerónimo de Sousa.

«A questão de fundo de combate à abstenção não é por serem separadas ou juntas. O melhor combate à abstenção é que as forças políticas que se apresentam às eleições cumpram as promessas, cumpram os compromissos que assumem perante o povo português e quando isso não acontece, como recentemente aconteceu com este Governo, obviamente as pessoas desacreditam», acrescentou.

Quanto aos gastos, o líder comunista disse que «se querem se facto insistir tanto na poupança reconsidere-se os gastos fabulosos das campanhas eleitorais, das subvenções estatais, reduza-se por aí e de certeza que teremos a solução mais ajustada».

Os Verdes também rejeitaram a simultaneidade. «Estivemos a desembrulhar argumentos quer numa lógica, quer noutra», contou Heloísa Apolónia.
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